Decisão sobre retorno da Ufes vai ser em agosto
A pandemia do novo coronavírus afetou o calendário acadêmico e os alunos da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) estão há 114 dias sem aulas. Revoltados, estudantes cobram uma decisão em relação à retomada de atividades – sejam online ou presenciais –, o que é previsto para agosto.
Inicialmente, a Ufes havia cancelado as aulas de 17 a 29 de março. Mas, desde então, não houve retorno das atividades, por conta da pandemia. Os avisos de cancelamento das aulas têm ocorrido ao fim de cada mês.
O estudante de Fonoaudiologia Lucas Paiva, 19 anos, cobra um posicionamento transparente da universidade com a comunidade acadêmica, mas é contra a implementação de aulas a distância.
“Sou contra, pois a Ufes possui muitos alunos de baixa renda. Muitos não têm acesso à internet e a computador para realizar o ensino remoto”, ressaltou.
Lucas observa que, para alguns cursos, como os da área da saúde, as aulas práticas não compatibilizam com o ensino remoto.
Além disto, na avaliação dele, muitos alunos não possuem condições psicológicas, por conta de efeitos da pandemia, para essa modalidade de ensino.
Através de nota, a Ufes informou que a previsão para uma decisão relativa à retomada das atividades de ensino seja em agosto.
“A Administração Central da Ufes prevê para agosto a conclusão do processo de decisão nos Conselhos Superiores da universidade sobre a possibilidade de retomada das atividades de ensino e as diretrizes a serem estabelecidas pelos planos de contingência e de biossegurança”, informa a nota.
“Após a manifestação dos Conselhos, haverá definições mais claras sobre que medidas serão adotadas. Decisões sobre a reposição do conteúdo do período também caberão aos Conselhos Superiores”, ressalta ainda a nota.
Uma pesquisa divulgada pela Ufes no mês passado revelou que 57% dos estudantes são contrários à retomada de aulas a distância, enquanto 43% é favorável.
O levantamento ouviu 11.656 alunos, o que corresponde a 49,09% dos estudantes dos cursos de graduação e pós-graduação presenciais.
Mais de 11 mil afirmaram ter acesso à internet, o que corresponde a 96% dos participantes da pesquisa, que foi feita através de um formulário enviado por e-mail.
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