Cursos superiores tecnológicos estão em alta e têm vagas no mercado
Os cursos superiores tecnológicos, que são mais rápidos e duram dois anos, estão em alta, segundo o Ministério da Educação (MEC). Especialistas dizem que essa crescente está diretamente relacionada à grande procura por profissionais da área no mercado de trabalho.
Dados do Censo da Educação Superior, divulgados nesta sexta-feira (23), mostram que a modalidade cresce tanto entre os formandos quanto entre os calouros. É o maior crescimento do ensino superior, com alta de 14,1% em 2019. Ao todo, no País, 223 mil pessoas receberam diploma de curso tecnológico no ano passado.
A quantidade de calouros em cursos tecnológicos (22,7%) superou, inclusive, a dos novos alunos de licenciatura (20,2%).
“Com o setor industrial em alta novamente, a área tem demandado muitos profissionais de formação técnica com conhecimento muito específico que não se acha com nível superior. O Estado está com boas oportunidades para esse profissional”, afirmou a psicóloga e especialista em pessoas e carreiras, Gisélia Curry.
Os cursos superiores tecnológicos também são conhecidos como tecnólogos. Eles são divididos em 13 áreas do conhecimento, como Gestão e Negócios; Ambiente e Saúde; Infraestrutura; Produção Industrial; e Gestão e Negócios.
“Eles estão em alta por ter uma curta duração e uma carga prática maior do que a parte teórica, diferente dos cursos de longa duração. Além disso, são mais baratos e permitem acesso mais rápido ao mercado de trabalho”, afirmou o especialista em Recursos Humanos Elcio Paulo Teixeira.
No Estado, as faculdades estão ampliando o número de vagas e a quantidade de cursos a cada ano, a exemplo de cursos como Gestão Comercial e Marketing.
Essa expansão foi registrada na Faculdade Pio XII. Em 2018, a instituição de ensino contava somente com um curso tecnológico, o de Logística. Hoje, já são quatro, somando os novos Processos Gerenciais, Gestão de Recursos Humanos e Comércio Exterior.
“A procura só vem aumentando, pois as pessoas começaram a entender que o curso de tecnológica é de nível superior também, pois no começo existia aquela imagem de que era um curso técnico”, afirmou o coordenador do curso de Processos Gerenciais, Luciano Alves, da Faculdade Pio XII. Os alunos André Santos, 27 anos, e Rodrigo Botelho, 38 anos, fazem esse curso e estão satisfeitos com a escolha pelo método de ensino.
Saiba mais - Crescimento de 14,1% na matrícula
Censo
- O Censo da Educação Superior é um levantamento feito uma vez por ano pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
- A atualização, divulgada ontem, é referente ao ano de 2019.
Cursos
- Ao todo, 40.427 cursos de graduação foram oferecidos, em 2019, entre bacharelados, licenciaturas e cursos superiores em tecnologia. Do total:
- 88,7% (35.898) são presenciais
- 11,3% (4.529) são a distância.
- O bacharelado predomina entre os graus acadêmicos ofertados (60,4%).
Cursos tecnológicos
- Teve crescimento de 14,1% no número de matrícula. Foi o maior crescimento registrado.
- 223 mil pessoas receberam diploma de curso tecnológico em 2019.
Curso a distância
- Ao todo, 50,7% (1.559.725) dos alunos que ingressaram em instituições privadas optaram por cursos de EaD.
- Em contraponto, 49,3% (1.514.302) dos estudantes escolheram ingressar na educação superior de modo presencial.
Licenciaturas
- 53% dos alunos de licenciaturas, que formam professores, estão em cursos a distância. De 1,7 milhão de matrículas, 899.217 estudam em casa, de forma online.
Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais.
Mais alunos buscam por educação a distância
O Censo da Educação Superior de 2019, divulgado ontem, aponta que quatro a cada 10 calouros no ensino superior optaram por se matricular em cursos de graduação a distância.
O levantamento mostra que a educação a distância (EaD) tem ganhado cada vez mais espaço, enquanto o ensino presencial tem reduzido as matrículas ano a ano.
Em 2009, as matrículas dos calouros em EaD representavam 16,1% do total. Em 2018, elas representavam 39,8% do total de estudantes que ingressaram nas instituições de ensino superior.
No ano passado, eram 43,8%, o que equivale a cerca de 1,6 milhão do total de 3,6 milhões de novos estudantes.
Considerando apenas a rede privada, onde estão matriculados 76% do total de estudantes, a opção pela EaD foi ainda maior entre os calouros, chegando a pouco mais da metade dos alunos, 50,8%. Já o ensino presencial, passou de 60,1% das matrículas dos calouros em 2018 para 56,2%, em 2019.
Maioria dos futuros professores em aulas online
Mais da metade dos alunos brasileiros de licenciaturas (53%), que formam professores, estão em cursos a distância. De 1,7 milhão de matrículas, 899.217 estudam em casa, de forma online.
Na rede privada de ensino, sete em cada 10 estudantes estão nessa modalidade.
A baixa qualidade da formação dos futuros professores é apontada como um dos entraves para a melhoria da educação básica.
O ensino não presencial nas licenciaturas é visto com ressalvas por especialistas – a modalidade é a aposta do setor privado para a expansão de matrículas.
Em avaliação federal de 2017, apenas 0,5% dos cursos de formação de professores a distância tiveram nota máxima. O percentual foi de 2,5% na modalidade presencial.
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