Covid-19 e o cuidado com o consumo de alimentos
Quem trabalha no agronegócio já está adaptado em responder as acusações, por muitas vezes infundadas e distorcidas, e quase em sua totalidade, desprovidas de conhecimento técnico, métricas e estudos comprovados.
A Covid-19 é proveniente do consumo de animais silvestres advindo da caça indiscriminada e de criatórios sem nenhum controle, porque a população não tem acesso a alimentos melhores e saudáveis.
E todo o impacto desse vírus no mundo nos mostra como a segurança alimentar de um país afeta a vida das pessoas, valorizando nossos agricultores e pecuaristas, pois aqui no Brasil temos segurança alimentar.
Aqui o processo produtivo segue um rigoroso controle em todos os elos da cadeia de produção de alimentos. Na pecuária, os animais são criados em propriedades cadastradas e regularizadas, onde recebem vacinas, vermífugos, alimentação adequada e controlada, e cuidados que preservem o bem-estar do animal.
A preocupação com o bem-estar animal é parte fundamental para que os produtores assegurem um produto de qualidade, lucrativo e competitivo no mercado. Porém, a visão de bem-estar animal como prática diária nas fazendas é ignorada por quem apressadamente critica a atividade.
Órgãos federais, estaduais e municipais, além de associações, cooperativas e os próprios produtores disponibilizam para o mercado um alimento saudável e seguro, e assim o fazem há muito tempo.
Dentro das porteiras existe um rígido controle de animais selecionados ao abate, e animais com o mínimo de desconforto na saúde (mancando, letargia, tosse, etc.) permanecem na propriedade até identificação, recebendo tratamento adequado que garanta a sanidade do mesmo.
Todos os frigoríficos, obrigatoriamente, honram as regulamentações e mantêm certificados, através do protocolo de avaliação obrigatório com a inspeção “ante-mortem”, certificando através da sintomatologia clínica a ausência de sintomas de raiva ou encefalopatia espongiforme bovina (vaca louca). Após, ainda há a inspeção “pós mortem”, para identificar lesões, causadas por doenças pretéritas.
Assim, o produto que chega pronto, limpo e saudável, depende do trabalho árduo dos produtores, em uma atividade que precisam prever o clima, ter uma produção sustentável, reservar água, produzir comida para os animais e tudo que for necessário para que eles se desenvolvam bem enquanto estiverem na fazenda.
Chegou o tempo de valorizarmos as famílias do campo, valorizarmos o agronegócio, e que novamente, vai sustentar o PIB como vem fazendo há anos, mas também, conseguirá alimentar o Brasil e agora mais do que nunca, o mundo.
Renata Erler é zootecnista, gestora de agronegócio e vice-presidente da Associação dos Zootecnistas do Espírito Santo (Azes).