Corte de 50% no Sistema S pode aprofundar a crise
O corte de metade dos recursos das entidades do Sistema S durante três meses pode sair muito mais caro para o País que os R$ 2 bilhões que o ministro Paulo Guedes (Economia) pretende “poupar” para as ações contra o Covid-19. Para se fazer ideia da desinteligência, somente no Sesc e Senac, entidades da Confederação Nacional do Comércio (CNC), representará 10.210 demissões imediatas, 265 unidades fechadas e queda de 2,8 milhões de atendimentos (vagas e inscrições em serviços).
Tragédia ampliada
Assim como há Sesc e Senac no âmbito da CNC, há o Sesi e Senai na CNI (Indústria), a Senat na CNT (Transportes) etc. A ruína seria geral.
Vigilantes na rua
Somente a Federação Nacional das Empresas de Segurança (Fenavist) estima 100 mil demissões com o corte pretendido por Paulo Guedes.
Sem interlocução
Entidades do Sistema S apelam a Deus e ao diabo na Terra do Sol para evitar cortes. Mas faltam interlocutores com quem decide: Paulo Guedes.
A bronca do ministro
O problema é que Paulo Guedes está entre os que associam o Sistema S a corrução e a gestões do passado que se locupletaram das entidades.
Adiamento da eleição só depende da pandemia
O deputado Arthur Lira (PP-AL) diz que não há qualquer posicionamento do partido ou do “blocão” de 351 deputados, que lidera na Câmara, sobre adiar as eleições municipais, tampouco prorrogação de mandato dos atuais prefeitos e vereadores. “Tudo depende dessa pandemia”, diz, referindo-se ao coronavírus. “Se for longa e grave, acho que não teremos eleições”, prevê, até pela impossibilidade de se fazer campanha.
O quadro definirá
O parlamentar alagoano explica, no entanto, que o eventual adiamento das eleições não será definida por interesses eleitorais: “Será o quadro”.
Papagaio de auditório?
Bolsonaro disse ontem que João Doria (foto) “virou papagaio de auditório”. Deve ser o casamento de “animador de auditório” com “papagaio de pirata”, aquele tipo de gente que parece viver para aparecer na foto.
Café servido frio
Na reta final do seu mandato como presidente, a posição Rodrigo Maia contrária ao adiamento já não é levada tão a sério na Câmara.
Papo favorito
Eles não admitem, dizem que estão preocupados com a Covid-19, mas na verdade só pensam em adiar eleições e prorrogar os mandatos.
Os mais vulneráveis
A primeira morte por coronavírus no DF reforça o perigo de doenças pré-existentes, apesar da idade. O homem de 46 anos sofria de diabetes e hipertensão. Só procurou ajuda médica quando já não respirava direito.
Ao menos um consenso
É quase consenso entre estudos científicos que a onda epidêmica do novo coronavírus (na Itália e no Reino Unido) deve durar entre dois e três meses e que o surto da doença começou nos países pelo menos um mês antes de ser registrada a primeira morte por Covid-19.
Não identificados
Pesquisa publicada na revista Science diz que 86% dos casos de contaminação não são diagnosticados. O estudo mostra também que 79% do contágio tem pessoas assintomáticas como ponto de partida.
Nas alturas
O programa de José Luiz Datena na Band é campeão de audiência, mas quando ele entrevista o presidente Bolsonaro, como ontem, bomba ainda mais. Não por acaso, o apresentador alonga a conversa.
Vírus da desinformação
Veículos noticiaram que o premier britânico Boris Johnson “é o primeiro chefe de estado” a contrair coronavírus. Coitados. Ignoram que chefe de Estado no Reino Unido é a rainha Elizabeth. Ele é chefe de governo.
Há alternativa
Os presidentes da República, STF, Senado e Câmara, receberam da CNI documento apoiando o isolamento vertical para os trabalhadores da indústria. O texto prevê testes rápidos de Covid-19 a cada 15 dias.
Causa própria sempre
Mal começam a ser compreendidos efeitos econômicos da pandemia e a pelegada de entidades de servidores públicos já defendem o aumento de impostos. Mais impostos para garantir os salários (deles) e suas regalias.
Responda rápido
A temporada de Eduardo Cunha (foto) em cana piorou o índice de periculosidade no presídio?
PODER SEM PUDOR
Cunhado de qualidade
O ex-governador de Alagoas Guilherme Palmeira, ex-ministro do Tribunal de Contas da União, conversava com o deputado Nelson Costa, que entrou para o folclore político ao pedir, como souvenir, a guimba do cigarro do general João Figueiredo. “Sinceramente, não sei o que seria de mim sem o meu cunhado”, reconheceu Costa a Palmeira, “ele me ajuda muito”. O então governador estranhou: “Desculpe, Nelson, mas que cunhado??” O deputado apontou para a parede: “Aquele ali, pendurado no crucifixo”. Era como ele se referia a Jesus Cristo, orgulhoso da irmã, que, freira, se “casou” com o filho de Deus.