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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Cooperação internacional para salvar a nossa Amazônia

| 23/01/2021, 12:15 12:15 h | Atualizado em 23/01/2021, 12:16

Imagem ilustrativa da imagem Cooperação internacional para salvar a nossa Amazônia
|  Foto: Divulgação

Recentemente escrevi sobre a maior apreensão de madeira na região da Amazônia já realizada em nosso País. A operação Handroanthus GLO localizou e apreendeu 131 mil metros cúbicos de toras na fronteira entre Pará e Amazonas.

Se por um lado, precisamos ficar alertas e vigilantes para não permitirmos a destruição que está ocorrendo em nosso maior e mais importante bioma, por outro, alguns motivos me fazem ter esperança de que a destruição causada à Amazônia por criminosos inescrupulosos não mais ficará impune.

Dois fatos me permitem fazer tais afirmações. Em primeiro lugar, o próprio resultado da operação, que culminou com a maior apreensão de madeira da história brasileira. Isso não seria possível sem o trabalho em conjunto de vários órgãos e, principalmente, sem a utilização de tecnologia de ponta, que permite a vigilância de nossa floresta por modernos e potentes satélites.

As imagens obtidas associadas a um criterioso trabalho de inteligência policial viabilizaram os resultados obtidos.

Em segundo lugar, o importante trabalho de cooperação policial internacional que vem sendo realizado tem o efetivo potencial de impactar, de forma muito positiva, o tráfico de madeiras brasileiras para países como os Estados Unidos, por exemplo.

No início de janeiro, acompanhei comitiva composta por representantes da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e da Receita Federal que visitou autoridades americanas em Savannah, Georgia. O local tem um dos maiores portos dos Estados Unidos e guarda cerca de 80 mil metros cúbicos de madeira brasileira apreendida.

A missão teve múltiplos propósitos e, certamente, trará resultados concretos para o combate aos crimes ambientais no Brasil.

Uma forte parceria estabelecida entre a Polícia Federal e duas agências americanas – o Serviço de Pesca e Vida Silvestre (FWS) e o Departamento de Proteção de Alfândega e Fronteiras dos Estados Unidos (CBP) – permitiu nossa participação na coleta de amostras de madeiras apreendidas. A partir da análise desse material, que será realizada por peritos da PF, poderá ser identificada a origem da madeira (bem como sua eventual ilegalidade).

Além disso, foi possível a realização de um valioso benchmark que poderá culminar com a aquisição de modernos equipamentos de segurança que auxiliarão o escaneamento de contêineres nos portos brasileiros.

Para além da repressão criminal, o trabalho que está sendo realizado tem o grande potencial de impactar a cadeia comercial de madeira para os EUA – maior mercado consumidor do produto brasileiro.

A partir do momento em que demonstrarmos a ilegalidade da madeira adquirida, a tendência é de que as empresas americanas interrompam o consumo. Não havendo mercado para a madeira ilegal, o extrativismo ilegal tende a diminuir e a desaparecer.

É um jogo de ganha, ganha. Vence quem compra um produto legalizado, vence quem vende produtos eticamente extraídos e vence a sociedade que passa a contar com uma maior preservação de nossa Floresta Amazônica.

EUGÊNIO RICAS é delegado federal, adido da Polícia Federal nos EUA e mestre em Gestão Pública pela Ufes.

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