Como será o amanhã

Ao custo de mais de 130 mil vidas, a pandemia da Covid-19 expandiu a rede hospitalar do SUS em tempo recorde, segundo secretários de Saúde. O número de leitos de UTI mais que dobrou, por exemplo, em TO, AC, PB, AL, CE, RR, PI e PA, e quase duplicou em RS, MG, PR e PE.

Para gestores, carências históricas em rincões do País foram supridas com a instalação de UTIs em cidades de zero leitos. A maioria diz, porém, que não será possível manter o legado se não houver dinheiro do governo federal.

Além
Os secretários cobram do Ministério da Saúde o debate sobre o custeio do SUS pós-pandemia. “Sonhamos com a manutenção dos leitos, para que o legado não seja só em número de contaminados e mortos”, afirma Geraldo Resende, chefe da saúde do MS.

Conta
Segundo gestores, a proposta de Orçamento para 2021 não dará conta de contemplar o legado. Eles querem apresentar à pasta o que estão chamando de orçamento alternativo, para financiamento das estruturas.
Presidente do Conass e secretário do Maranhão, Carlos Lula diz que o debate sobre o SUS precisa extrapolar “a argumentação sobre crise econômica e cortes”.

Estudo
A pasta respondeu ao Painel que solicitou aos estados e municípios que identifiquem o que deve ser mantido e que o objetivo é preservar o legado “de forma responsável e sustentável”.
O ministério diz que habilitou 12.698 leitos de UTI para Covid-19 ao custo de R$ 1,8 bilhão por 90 dias.

Outro
O filho 04 de Bolsonaro, Jair Renan, tem conversado com deputados do Republicanos, e a especulação é que deve ingressar na política pelas mãos do partido. Flávio e Carlos já fazem parte da sigla.

Calma
Na última sexta-feira, ele se encontrou com o deputado Julio Cesar (Republicanos-DF). Mas a conversa, diz o parlamentar, foi sobre um evento com a participação do filho do presidente.
O deputado afirma que estudou o caso e a legislação não permite que o 04 estreie na política enquanto o pai estiver no Palácio do Planalto.

Melhor não
Auxiliares do ministro Paulo Guedes (Economia) não se mostram dispostos a reduzir a tarifa de importação de produtos siderúrgicos e do cimento.
O argumento é o de que há dezenas de solicitações do tipo e, ao eleger um setor, os demais se juntariam contra o governo. O diagnóstico é que ou a abertura é geral ou não cola.

Padrão
Criticada pela Economia, a Secretaria do Consumidor, ligada ao Ministério da Justiça, afirma ter feito 115 notificações a fornecedores sobre preço abusivo durante a pandemia do novo coronavírus.
Os setores foram serviços funerários, leite, máscaras, álcool em gel e arroz. Segundo a pasta, 400 empresas foram notificadas em 2020 sobre temas variados.

Ação
“Recebendo denúncia de aumento abusivo de preços, somos obrigados por lei a apurar, sob pena de prevaricação. Não se trata de 'fiscais do Sarney' ou coisa que o valha. Mas sim de regular cumprimento do dever legal. Não havendo comprovação técnica de abuso, arquiva-se o feito”, diz a chefe da Senacon, Juliana Oliveira Domingues.

Passado
A secretária faz referência à expressão que ficou conhecida no governo José Sarney (1985-1990), marcado pela inflação. O então presidente pediu que os brasileiros fiscalizassem preços. Muitos, porém, levaram ao pé da letra.

Cafezinho
A Polícia Federal encontrou registros de que o ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (DEM) e o seu vice na atual candidatura, Nilton Caldeira (PL), visitaram em março o ex-pró-reitor da Universidade Iguaçu José Carlos de Melo.

Meio-campo
Melo encontra-se preso após ter sido delatado como intermediário de contratos milionários com o governo do Rio que teriam envolvido pagamento de propina.

Sorria
Imagens das câmeras de segurança do condomínio de Melo mostram a passagem de Paes em 30 de março. “Fui convidado a conhecer o pró-reitor da Unig. Nunca tinha visto ele na vida. Nem vi depois”, diz Paes ao Painel.

Crachá
Caldeira, adjunto na presidência do Instituto Estadual do Ambiente, esteve lá três dias antes. Ele diz que não se lembra do encontro e que não tem relação com Melo. “Se visse na rua, não reconheceria”, afirma.

Tiroteio
“Todo o obscurantismo de Milton Ribeiro foi manifestado. Para ele, a religião e os valores tradicionais são solução”. De Daniel Cara, professor da USP e membro da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, sobre declaração do ministro da Educação.