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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Combate ao preconceito sofrido por quem tem transtorno mental

| 11/04/2021, 11:16 11:16 h | Atualizado em 11/04/2021, 11:21

Nossas mentes estão cada vez mais cansadas diante de tantas informações e novos cenários. Consequentemente, ter que lidar com os transtornos que a pandemia está causando na vida cotidiana e na saúde mental é prioritário.

O adoecimento da mente, que antes era tratado de forma velada, agora se tornou uma pauta urgente e necessária.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), teremos quatro ondas de consequências da pandemia de Covid-19. A quarta será marcada pelo aumento de transtornos mentais e do trauma psicológico provocados diretamente pela infecção ou por seus desdobramentos secundários.

Apesar de ter se tornado um assunto importante e imperativo, o tema é delicado e ainda é tratado com muito preconceito. Visando combater esse tipo de atitude, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) marca o dia 12 de abril como o Dia Nacional de Enfrentamento à Psicofobia.

O termo psicofobia foi criado pela associação com o intuito de conceituar o preconceito sofrido por pessoas que possuem problemas e transtornos mentais, e que são menosprezadas socialmente. Isso faz com que a pessoa acometida pelo problema não consiga enxergar um espaço seguro onde ela possa viver, diante de tantas pressões e exigências impostas pelo mercado de trabalho e convívio social.

Por isso, muitos pacientes acabam escondendo seus diagnósticos, por medo de serem vistos como incapazes. Também é comum que não assumam o uso de medicação, que pode ser necessária e vital para o tratamento.

Historicamente, no Brasil e no mundo, pessoas com transtornos mentais foram tratadas de maneira inadequada.

E talvez isso justifique tamanho medo e estigma desenvolvido pelos pacientes e seu círculo social mais próximo. Mas é importante ressaltar que os avanços sociais, tecnológicos e da medicina oferecem um novo olhar da situação. No entanto, estamos no século XXI e ainda há muito trabalho a ser realizado.

O fato é que pouco falamos do adoecimento da mente. Esse não é um assunto partilhado em família. Ninguém gosta de comentar sobre depressão no grupo de amigos. A ansiedade não é discutida entre colegas de trabalho. Esse bloqueio faz com que as pessoas que sofrem de doenças mentais tenham vergonha de sua condição, gerando o “autoestigma”.

A partir desse ponto, elas deixam de acreditar em si e não enxergam valor no que fazem. Afinal, vivemos em uma sociedade que vende o bem-estar e a felicidade, onde a vulnerabilidade psicológica é vista como fraqueza. Enfrentar a psicofobia é urgente, não só no dia 12 de abril, mas durante toda a vida.

Precisamos entender que uma pessoa com adoecimento mental necessita de cuidados como se tivesse qualquer outra enfermidade. Doenças psicológicas não se curam apenas com a “força de vontade” ou “vergonha na cara”.

Todas elas precisam de acompanhamento médico. É necessário reconhecer que existe um problema para que haja a possibilidade de reabilitação. E não há nada de errado com isso. Errado é o preconceito. A psicofobia virou crime, com pena de prisão de dois a quatro anos.

Maria Benedita Reis é médica psiquiatra e psicogeriatra titular ABP/APES.

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