Mudar: sim ou com certeza?
Assim como ocorre com a maioria das pessoas, final de ano e início de outro também são momentos propícios para empresas avaliarem resultados, analisarem planos e definirem novas metas. Mais uma vez estamos aqui, virando o calendário em meio a balanços, projeções e tentando, cada um a seu modo, que este novo ano seja melhor.
A boa notícia é que, depois de um período muito difícil por diversas razões além da pandemia, a luz da retomada do crescimento começa a aparecer, impulsionada principalmente pelo avanço no processo de imunização.
Entre o setor empresarial, o otimismo já aparece nas pesquisas. Uma confiança que tem estimulado anúncios de investimentos e traz o tão aguardado restabelecimento da economia.
Embora acostumadas com crises e turbulências na economia, as empresas sabem que, desta vez, também precisam considerar em suas novas estratégias as lições deixadas pela covid-19. A urgência na transformação digital e os investimentos em inovação e capacitação dão o tom a essa nova era e despontam como vitais para a sobrevivência dos negócios.
Junto com o avanço tecnológico, a pandemia obriga as corporações a renovarem suas narrativas, promoverem mudanças disruptivas e abusarem da criatividade.
A pandemia também deixa como legado valores que, se já não eram mandatórios nas empresas passaram a ser como o diálogo, a colaboração, os princípios ambientais, sociais e de governança (ESG) e a resiliência.
Diálogo: o nosso futuro depende, antes de tudo, da capacidade de ouvir, analisar e propor. Entender as diferenças e saber tratá-las com equilíbrio será mais importante do que nunca. Vivemos num mundo em contínua e acelerada transformação e precisamos nos abrir às novas tecnologias e formas de gerar riqueza. E somente juntos e conectados conseguiremos construir um futuro promissor e sustentável. Iniciativa privada, poder público e sociedade organizada precisam dialogar para a construção de um planeta mais equilibrado.
Colaboração: é imprescindível na cesta de temas para o futuro. Como sabemos, as mudanças que transformam a sociedade demandam um novo papel do setor produtivo. Aprender a operar em rede é imperativo para gerar crescimento e bem-estar para os negócios e para a sociedade. Ao atuarmos em rede, de modo colaborativo, atingimos objetivos comuns e potencializamos resultados.
ESG: as letrinhas, já bem faladas e que estão mudando o mercado, resumem as boas práticas ambientais, sociais e de governança, e sintetizam o que cada vez mais investidores buscam ao avaliarem empresas e negócios, e decidirem se vão, ou não, aplicar seus recursos.
Por fim, a resiliência. Nunca foi tão urgente e necessário saber lidar de forma proativa com disrupturas. Todos têm aprendido, principalmente as empresas, que é preciso estar preparado para tomar decisões assertivas e rápidas, indo além do gerenciamento de riscos identificados. É preciso pensar além e saber responder, com agilidade e eficiência, desafios e cenários originados por uma crise.
Temos que estar atentos aos sinais, dispostos a rever práticas e a fazer diferente e melhor. Quem acha que pode seguir sozinho está fadado ao fracasso.
ALEXANDRE SCHUBERT é vice-presidente da Ademi-ES.