Inovações mudam a cara de segmentos tradicionais
Artigo da coluna Tribuna Livre, do Jornal A Tribuna
Assim como as redes tradicionais de hipermercados estão em significativa expansão no Espírito Santo, especialmente em grandes municípios do interior e nos bairros mais populares, os mercados autônomos em condomínios e empresas também apresentam ritmo crescente de expansão em terras capixabas.
Os chamados mercadinhos em muito se contrapõem aos supervarejos, não necessariamente os incomodando em termos de competitividade no mercado, visto que nitidamente ambos negócios atendem necessidades bastante específicas dos consumidores.
Ainda assim pode-se dizer que as chamadas “inovações” e “disrupções” dos mercados autônomos impulsionam inquietações e mudanças relevantes no segmento mais tradicional de varejo.
O primeiro ponto, e talvez o mais importante, é a busca por oferecer praticidade em toda a trajetória de compra. Isso porque, em geral, o mercadinho está a um elevador ou a uma quadra de distância.
Além disso, compactos e comercializando as marcas mais bem aceitas, mas com mix completo dos produtos mais essenciais para o dia a dia, os mercadinhos propiciam compras rápidas, sem filas, atendimento direto, pagamento eletrônico e que valoriza a honestidade do cliente, e preços bem similares aos dos demais estabelecimentos.
Possivelmente, para fazer frente a esses aspectos, muitos supermercados cada vez mais contam com compras on-line e entrega em casa, caixas de autoatendimento e filas para compras com poucos itens.
E o que dizer da riqueza de dados que os mercados autônomos têm dos clientes? Com todas as compras feitas via aplicativo, eles sabem exatamente quem compra, em qual horário, o quê, o tíquete médio mensal, a recorrência e as preferências. Isso permite uma personalização e otimização dos estoques em cada condomínio ou empresa.
Além disso, por ser um negócio de superproximidade, que está dentro da casa da pessoa ou na próxima esquina, a aceitação do recebimento de comunicações de promoções ou ações pontuais é muito melhor, tendo também mais aderência e conversão em vendas, com um investimento consideravelmente mais baixo em publicidade, visto ser a comunicação direta, pelo próprio aplicativo.
Nesse quesito, algumas iniciativas dos supermercados decolam como a formação de clube de vantagens que oferecem descontos e apontam para a possibilidade de personalização de promoções, mas a grande maioria das redes ainda buscam formas de conhecerem mais os seus clientes e transformarem isso em vendas.
Vale lembrar que algumas delas não somente absorveram inovações, mas passaram efetivamente a investir também na modalidade do mercado autônomo, aproveitando seu know-how e relacionamento já bem estabelecido com os fornecedores de produtos.
Fato é que, com posicionamentos distintos, mercadinhos e supermercados têm, cada um a sua maneira, muito a inovar para que o bem-estar do consumidor seja o centro das atenções e contribua para o sucesso dos seus negócios.
