Circuito fechado

| 20/03/2020, 07:25 07:25 h | Atualizado em 20/03/2020, 07:34

Governadores de pelo menos sete estados decidiram, por meios próprios, tomar medidas de isolamento no enfrentamento ao coronavírus. O movimento é para impedir ou dificultar a entrada de pessoas que venham de lugares em que a transmissão já se alastrou.

A Bahia foi à Justiça para conseguir fazer uma barreira sanitária de viajantes de São Paulo e Rio, o Maranhão também vai entrar com ação judicial e Goiás pretende fechar aeroportos, o que dependeria de aval da União.

Pedi para parar - Ronaldo Caiado (DEM-GO) pediu o fechamento dos aeroportos ao ministro Tarcísio de Freitas (Infraestrutura). Como não foi atendido, estuda fechar os terminais e também as rodoviárias por conta própria.

Cancela - Rio Grande do Sul, Ceará, Piauí, Maranhão e Rio de Janeiro ampliaram controles nas fronteiras. O governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB), baixou decreto proibindo a entrada de ônibus de outros estados, além de cultos religiosos com mais de 30 pessoas. Ceará proibiu a circulação também dentro do estado.

De olho - No Piauí, Wellington Dias (PT), determinou que todos os visitantes entrem em quarentena pereventiva de sete dias, evitando contato principalmente com idosos e pessoas do do grupo de risco.

Pelos dedos - Ampliamos o isolamento social e limitamos até eventos particulares, como festas de aniversário. Mas não adianta fazer tudo isso sem o controle de outros estados e outros países. Se não, é enxugar gelo", afirma Dias.

SOS - A Bahia só conseguiu começar a fazer inspeção de visitantes com autorização da Justiça Federal. Na decisão, o juiz Eduardo Carqueija afirmou que a proliferação do coronavírus está sendo arrasadora para os sistemas de saúde e que "sem a adoção das cautelas necessárias, o que se avizinha é um verdadeiro desastre".

Tamo junto - Na falta de uma coordenação nacional, os governadores do Nordeste farão reunião virtual nesta sexta (20) para padronizar as ações.

Por cinco - A Advocacia-Geral da União fez um chamamento interno para selecionar voluntários dispostos a trabalhar excepcionalmente para o Ministério da Saúde em tempos de coronavírus. Eram três vagas, apareceram 15 candidatos.

Fiado - A Secretaria de Comunicação do governo Bolsonaro está tentando veicular campanha de conscientização e contra fake news no enfrentamento à crise do coronavírus. Mas há um problema: não há dinheiro para as ações.

Camaradagem - O plano das agências que cuidam da Secom é conseguir publicar as peças pró-bono, ou seja, sem pagar pelo espaço. Com o lema "justos somos mais fortes", a campanha foi desenvolvida há cerca de duas semanas, quando o presidente ainda chamava a crise com a doença de histeria.

Janelaço - A gestão Bruno Covas (PSDB) vai lançar um programa para financiar apresentações de artistas em suas janelas em São Paulo. As performances também deverão ser gravadas ou transmitidas para gerar conteúdo on-line.

Bella ciao - A prefeitura destinará R$ 10 milhões para o projeto, que é inspirado nas cantorias que os italianos têm feito em suas sacadas durante a pandemia.

Afasta de mim - Depois da confirmação de que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), contraiu coronavírus, ministros do Supremo que estiveram com ele decidiram adotar uma espécie de quarentena. Além de Dias Toffoli, Luiz Fux, Gilmar Mendes e Carmen Lúcia também tomaram a medida.

Cuidado - O senador esteve no STF na última segunda (16), quando foi feita uma reunião em uma sala ampla, mas fechada. O ministro Gilmar não estava no encontro, mas esteve com Alcolumbre em outros compromissos.

Na cola - A partir desta sexta (20), o Departamento Penitenciário Nacional vai passar a divulgar um painel de monitoramento dos presídios, por causa da crise do coronavírus. As visitas foram suspensas em diversos estados. A decisão já gerou rebelião no litoral de São Paulo.

TIROTEIO

"A irresponsabilidade desse cérebro confuso contribui para malbaratar o patrimônio diplomático do Brasil."

De Aloysio Nunes (PSDB-SP), ex-ministro das Relações Exteriores, sobre a crise diplomática com a China criada por Eduardo Bolsonaro.

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