Smartphones e LGPD: aliados ou espiões em nossos bolsos?

Coluna foi publicada no domingo (21)

Eduardo Pinheiro | 22/04/2024, 11:29 11:29 h | Atualizado em 22/04/2024, 11:29

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/img/inline/170000/372x236/Smartphones-e-LGPD-aliados-ou-espioes-em-nossos-bo0017754600202404221129/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fimg%2Finline%2F170000%2FSmartphones-e-LGPD-aliados-ou-espioes-em-nossos-bo0017754600202404221129.jpg%3Fxid%3D786699&xid=786699 600w, Smartphone: LGPD atua para proteger dados na navegação on-line

Quem nunca teve a impressão de que conversas informais, próximas ao aparelho celular, acabaram sendo usadas para criar anúncios personalizados em e-mails ou aplicativos? Essa prática, comum no mundo on-line, agora é regulada no Brasil pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que visa proteger nossa privacidade e garantir o uso adequado de informações pessoais.

Nossos smartphones, companheiros diários que parecem janelas abertas para o mundo tecnológico, também funcionam como verdadeiros espiões. Carregamos esses dispositivos no bolso ou na bolsa, e eles registram tudo: nossas conversas, as fotos que tiramos, os lugares que visitamos e os aplicativos que usamos. Microfones, câmeras e antenas são projetados para coletar e transmitir nossos dados a empresas de tecnologia e parceiros, podendo também cair nas mãos de cibercriminosos.

Os aplicativos que instalamos frequentemente têm funcionalidades ocultas dedicadas à coleta de nossos dados pessoais. Os desenvolvedores desses apps muitas vezes sabem mais sobre nossos hábitos de consumo e contatos do que nós mesmos. Tais dados, quando processados para fins específicos, podem ser extremamente valiosos comercialmente ou podem nos expor a riscos de segurança.

Segundo a LGPD, nosso consentimento para tais práticas deve ser livre e inequívoco. Contudo, muitas vezes o concedemos inadvertidamente ao aceitar os Termos de Uso sem a devida atenção, permitindo, assim, um monitoramento constante.

A lei também aborda o acesso não consentido a dados, um fenômeno crescente à medida que governos, empresas e criminosos empregam aplicativos espiões avançados — alguns classificados como verdadeiras armas de guerra cibernética — capazes de monitorar e extrair informações de forma quase indetectável.

A crença de que dispositivos como iPhones são imunes a malwares foi refutada com o aumento de incidentes envolvendo brechas de segurança no sistema da Apple desde 2016. O caso do ex-Ministro da Justiça Sergio Moro, cujo telefone foi invadido e mensagens foram redirecionadas, é um exemplo notável.

Dada essa realidade, como podemos nos proteger? A verdade é que ninguém está totalmente seguro, e é difícil imaginar a vida sem nossos dispositivos. Portanto, a melhor estratégia é manter um estado de alerta no mundo digital. Medidas básicas de proteção incluem ler atentamente os termos de uso dos aplicativos, instalar e manter atualizados softwares antivírus, criar senhas fortes e controlar impulsos ao clicar em links suspeitos. Com a LGPD, esperamos uma maior proteção dos nossos dados, mas a segurança também depende de nossa vigilância e cautela ao compartilhar informações online.

Este ajuste da conscientização sobre a LGPD nos ajuda a entender melhor nossos direitos e as obrigações das empresas em relação à proteção de dados, reforçando a importância de estarmos sempre atentos e proativos em relação à nossa segurança digital. Fica a dica!

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