Estudo aprova areia monazítica nas praias capixabas e indica que não causa câncer
Isso abre possibilidade para sua indicação em casos de doenças reumáticas (artrose, artrite, por exemplo), conforme já é recomendado empiricamente há tempos.
Publicação em revista internacional, divulgada no final de agosto último, trouxe o resultado tão aguardado pelos pesquisadores capixabas e paulistas.
O receio da comunidade científica era a possibilidade da radiação causar câncer. Agora está sendo preparado um segundo artigo apontando os benefícios terapêuticos da monazítica.
O professor de Física e pesquisador da Ufes Marcos Tadeu Orlando detalha que a pesquisa desenvolvida em laboratórios utilizando ratos – alguns expostos, outros não – levou seis meses. “Ficou comprovado que a monazítica altera, mas não faz mal. Há um conceito científico de que toda radiação gera câncer, tivemos que desconstruir isso em relação à areia”, pontua.
“Foi uma vitória importante, agora vamos comprovar os benefícios trazidos pelo contato com a areia monazítica”, salienta. E cita antigos relatos sobre uso terapêutico da monazítica. O ex-deputado e ex-prefeito de Nova Venécia Walter De Prá é um histórico defensor do uso da monazítica em casos reumáticos.
Ele tem como referência o alívio das dores experimentado por seu pai, após alguns dias nas areias pretas de Guarapari.
Durante muito tempo, Guarapari foi conhecida nacionalmente como “cidade-saúde”, em parte pela fama terapêutica das areias monazíticas atraindo turistas, inclusive celebridades
A comprovação científica que está a caminho também poderá valorizar outras praias do litoral capixaba que têm registros de monazítica, como em trechos do litoral de Anchieta e da Praia de Camburi, em Vitória. Há ainda indicadores da sua existência na orla de Manguinhos, Serra.