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Doutor João Responde

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Colunista

Dr. João Evangelista

Nem todo micróbio é patogênico

Confira a coluna desta terça-feira (25)

João Evangelista Teixeira Lima | 25/02/2025, 13:17 h | Atualizado em 25/02/2025, 13:17

Imagem ilustrativa da imagem Nem todo micróbio é patogênico
João Evangelista Teixeira Lima é clínico geral e gastroenterologista

Influenciado pela medicina que tinha como ídolo o microbiologista Louis de Pasteur, passei grande parte de minha formação médica demonizando microrganismos, como se todos eles fossem nocivos.

Considerado um dos pais da bacteriologia, os experimentos de Pasteur mostraram que as doenças poderiam ser prevenidas, matando ou interrompendo microrganismos, apoiando diretamente a teoria dos germes e sua aplicação na medicina clínica.

Durante o curso básico, estudei anatomia, histologia, fisiologia, patologia, microbiologia, parasitologia, bioquímica e farmacologia.

Posteriormente, fui direcionado à prática das cadeiras clínicas e cirúrgicas, aprendendo cardiologia, nefrologia, urologia, pneumologia, neurologia, psiquiatria, otorrinolaringologia, dermatologia, oftalmologia, ortopedia, reumatologia, endocrinologia, entre outras.

Ao passar pela gastroenterologia, decidi que esta seria minha especialidade.

Coalhada de patologias geradas pelo excesso ou falta de ácido clorídrico, alterações enzimáticas, danos vasculares, distúrbios metabólicos e tumores neoplásicos, os processos gastrointestinais são tratados com drogas antisecretoras, procinéticas, antiespasmódicas, constipantes, antidiarreicas, antibióticas, imunomoduladoras, imunossupressoras, cirurgias, etc.

Durante muito tempo, pouco se sabia da atividade global do intestino, ignorando-se a importância da microbiota, cujas alterações geram doenças locais e sistêmicas.

Como imaginar que bactérias, vírus, fungos, arqueias e parasitos, satanizados durante séculos, pudessem ser parceiros na saúde?

Em medicina existe a tendência de dividir o corpo em compartimentos. Por isso, quando abordamos questões do cérebro, por exemplo, costumamos pensar do pescoço para cima.

Pesquisas indicam que nossos micróbios podem comunicar-se com o resto do organismo por diversos caminhos, desde a imunidade até as substâncias bioquímicas.

O nervo vago, outrora lembrado em pacientes com úlceras pépticas, age como um fio de conexão entre o cérebro e os órgãos internos, incluindo o intestino.

Esse grosso feixe de neurônios funciona como uma via de informação bidirecional, com o cérebro e o intestino enviando mensagens, um para o outro.

O nervo vago não é a única maneira de o cérebro e o intestino se comunicarem. O tubo intestinal abriga trilhões de micróbios que interagem com outros locais do corpo.

Muitos desses agentes vivem na camada de muco que reveste os intestinos, colocando-os em contato com as células nervosas e imunológicas, que são os principais sistemas de coleta de informações do corpo.

Esta localização também prepara os micróbios para perceber quando o cérebro sinaliza estresse, ansiedade e prazer, por exemplo.

Acreditando-se que vicejam doenças onde existem micróbios, os purgativos foram amplamente utilizados no passado, objetivando limpar o intestino.

Entretanto, ao contrário da ciência, até as plantas já sabiam que as minhocas tornam um terreno fértil.

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