Disputa velada entre Ciro e o PT permeia ato

| 26/06/2020, 09:43 09:43 h | Atualizado em 26/06/2020, 09:47

As negociações para colocar em pé o ato virtual de parte da oposição a Jair Bolsonaro hoje à noite envolvem antigos ressentimentos, disputa por protagonismo e muitas desconfianças.

Em alas importantes do PT, é dado como certo que o “Direitos Já” está a serviço da pré-candidatura de Ciro Gomes (PDT) a presidente, com apoio velado do PCdoB, o que explicaria a decisão de Lula de não participar, ainda que Fernando Haddad esteja confirmado. Entre os tucanos, o prefeito Bruno Covas era dúvida até as 21h de ontem. João Doria não foi convidado.

Sem... O sociólogo Fernando Guimarães, egresso do PSDB, nega que o ato, marcado para as 19 horas na página do Facebook do Direitos Já, esteja a serviço de Ciro ou de qualquer outro nome.

...dono? “É um movimento horizontal. Todos terão o mesmo tempo para discursar”, diz Guimarães. Ele defende que o ato não foi “esvaziado”, apesar da desistência de Michel Temer, José Sarney e Dias Toffoli de participar.

Lista. Segundo Guimarães, outros nomes se somaram ao grupo: Geraldo Alckmin, Tarso Genro, Wellington Dias e Eduardo Leite.

Opa. FHC balançou, mas, por enquanto, manteve sua participação no ato de hoje.

CLICK. O deputado Hélio Lopes (PSL-RJ) brincou ao receber a homenagem acima: “Antes que o povo fale que é vermelho, a Marinha também tem a cor vermelha”.

Taokey? O entorno de Flávio Bolsonaro foi só comemoração depois da decisão do TJ-RJ de puxar para cima o caso da rachadinha.

Help! O senador Chico Rodrigues (DEM-RR) solicitou ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e ao presidente Jair Bolsonaro a “remissão” para o Amazonas da equipe da Saúde que está em Manaus.

Chega mais. O senador Telmário Motta (Pros-RR), outrora crítico ferrenho do governo Bolsonaro, disse a Luiz Eduardo Ramos que seu partido (o mesmo do ex-presidente Fernando Collor) quer integrar a base do Presidente no Congresso. São três senadores e 12 deputados.

A ver. “Não se trata de um toma lá, dá cá. Vamos buscar um espaço para poder apresentar políticas públicas. O governo busca fazer parcerias de gestão, de indicações, proposições”, disse Motta à coluna.

Meio cheio. A edição de junho do Barômetro do Poder, levantamento feito pelo site InfoMoney, mostra melhora das projeções para a situação de Jair Bolsonaro no Congresso. O levantamento contou com 13 participantes, sendo 9 consultorias de risco político e 4 analistas independentes.

Subiu. A média das estimativas para a base de apoio na Câmara saiu de 97 em abril, foi para 162 em maio e agora atinge 183 parlamentares. É a melhor marca desde abril do ano passado. Já a oposição é estimada em 149 deputados.

Meio vazio. Em contraste com a melhora nas relações com o Congresso Nacional, o governo vive seu pior momento com o Judiciário, na avaliação dos analistas políticos. Pela primeira vez, 100% dos entrevistados classificam como ruim ou péssima as relações entre os dois Poderes.

Já era? O pessimismo se mantém em relação às reformas. Das três PECs apresentadas pelo governo em novembro de 2019 na “Agenda Mais Brasil”, nenhuma é vista com chances elevadas de aprovação. Delas, a PEC dos Fundos é a com melhor desempenho.

Pronto, falei!

Sobre o novo ministro da Educação

(Carlos Alberto) Decotelli chega com o desafio de reestruturar o MEC, paralisado por dois ministros que nunca tiveram a educação como prioridade.”

Tabata Amaral, deputada federal (PDT-SP)

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