Clubes irão à CBF
Falta maturidade aos dirigentes do futebol brasileiro para discutir a relação com a CBF, algo que pareceu a contento sob a existência do Clube dos 13, entre 1987 e 2011. Por isso, a pretensão do Flamengo de suspender o Brasileiro durante a Copa América soou casuísta. O pleito, justo e de importante presença nas pautas reivindicatórias, deveria ter sido discutido no conselho virtual convocado há um ano pelo presidente (hoje afastado) Rogério Caboclo.
Naquele encontro de base negacionista que definiu as regras para a retomada do calendário nacional e continental de 2020, os clubes tiveram a oportunidade de levantar a voz contra o uso da temporada de 2021 para terminar a do ano um da pandemia. Agora, seja lá quem for o prejudicado, a reação soará como oportunista.
E eles parecem ter consciência de que a ideia de realizar as 38 rodadas da edição de 2020, invadindo período destinado às férias dos jogadores e a pré-temporada dos clubes, não foi a melhor opção.
A pressa em retomar atividades como se o Brasil vivesse na rotina normal impediu a reflexão mais ampla. Agora, com calendário ainda espremido, surgem as ações extremistas como esta do Flamengo de tentar parar o Brasileiro.
O clube tem cinco jogadores cedidos às seleções (Isla, Everton Ribeiro, Arrascaeta, Gabriel Barbosa e Píris da Motta), mas o volante paraguaio não veste a camisa rubro-negra desde 2019.
O Atlético/MG perdeu quatro titulares (Savarino, Júnior Alonso, Alan Franco e Vargas), mas nem por isso cogitou tal expediente.
Na próxima terça-feira, às 14 horas, os presidentes dos 20 clubes da Série A estarão na sede da CBF em visita de cortesia a Antônio Carlos Nunes, o Coronel Nunes – vice-presidente levado à presidência, interinamente, com o afastamento de Caboclo.
Por certo, discutirão com o secretário geral Walter Feldman e com o diretor de competições Manoel Flores uma forma de minimizar o prejuízo técnico dos clubes mais afetados pela Copa América.
O Palmeiras, com três titulares cedidos (Weverton, Viña e Gustavo Gomez), é outro que se sente prejudicado. Todos sabiam que teriam o desconforto, mas só agora percebem que um mês sem três ou quatro titulares pode comprometer uma temporada...
Surto?
O Flamengo voltou a entrar em alerta com a possibilidade de um novo surto de Covid no clube – não apenas no futebol. Na semana passada, dois jogadores (Arrascaeta e Max), dois auxiliares de Rogério Ceni, um auxiliar de desempenho e um roupeiro testaram positivo. O contágio atingiu também funcionários do clube que trabalham na Gávea.