Pediatras alertam para os riscos do picolé de cerveja

| 22/01/2020, 21:23 21:23 h | Atualizado em 22/01/2020, 21:38

Médicos da Sociedade Brasileira de Pediatria estão preocupados com uma novidade que vem fazendo sucesso no verão: o picolé e o chup-chup de cerveja e cachaça.

O temor é de que os produtos facilitem o acesso de crianças e adolescentes às bebidas alcoólicas, que são ainda mais prejudiciais à saúde nesta faixa etária.

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-01/372x236/pediatra-rachel-mocelin-c940b6e04b26ca098bd521a597e56193/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-01%2Fpediatra-rachel-mocelin-c940b6e04b26ca098bd521a597e56193.jpg%3Fxid%3D105427&xid=105427 600w, Pediatra Rachel Mocelin explicou que o álcool é um risco ao desenvolvimento de crianças e de adolescentes
Os picolés e os chup-chups alcoólicos são vendidos em bares, sorveterias e até mesmo por ambulantes nas praias, o que fez aumentar a popularização.

A venda é permitida somente para maiores de 18 anos, mas o formato mais infantil tem aguçado a curiosidade dos mais jovens, segundo os especialistas.

Diante da preocupação com o consumo, os médicos divulgaram um documento para orientar os pais sobre os riscos. O texto ressalta que essas bebidas em formatos diferentes “são drogas com elevado potencial de gerar prejuízos ao desenvolvimento e expressamente proibidas para menores de 18 anos de idade”.

A pediatra Rachel Mocelin explicou que o álcool atinge a região frontal do cérebro, o que é um risco ao desenvolvimento de crianças e de adolescentes.

“Além dos danos já conhecidos, quem tem contato com álcool antes dos 15 anos tem predisposição quatro vezes maior de desenvolver dependência. O consumo de bebida alcoólica compromete a região do córtex cerebral e, na fase da criança e do adolescente, isso pode afetar o desenvolvimento cognitivo, emocional e social, além de causar déficit de memória”, alertou a pediatra.

Para a médica e presidente do Departamento Científico de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria, Alda Elizabeth, é preciso investir em ações de caráter educativo sobre os malefícios do uso precoce da bebida.

“Pesquisas científicas nacionais e internacionais são unânimes em apontar seus efeitos deletérios para a saúde. Acidentes automobilísticos associados ao álcool são uma das principais causas de morte em jovens de 16 a 20 anos. Além disso, estar alcoolizado aumenta a chance de atividades sexuais sem proteção, de violência sexual, de exposição às infecções sexualmente transmissíveis e o risco de gravidez”, ressaltou.


SAIBA MAIS

Vendidos até por ambulantes

Picolé alcoólico
- Os picolés e os chup-chups de cerveja e cachaça são vendidos em bares, sorveterias e por ambulantes nas praias;

- A venda é permitida somente para maiores de 18 anos, mas o formato mais infantil tem aguçado a curiosidade dos mais jovens;

- A novidade vem fazendo sucesso no verão;

Preocupação
- Médicos da Sociedade Brasileira de Pediatria temem que os produtos facilitem o acesso de crianças e adolescentes às bebidas alcoólicas, que são ainda mais prejudiciais à saúde nesta faixa etária;

- Os especialistas ressaltam que os produtos, apesar do formato mais infantil, são drogas com elevado potencial de gerar prejuízos ao desenvolvimento da criança e do adolescente;

Riscos
- O consumo de bebida alcoólica, mesmo em picolés e chup-chups, compromete a região do córtex cerebral, o que na fase da criança e do adolescente pode afetar o desenvolvimento cognitivo, emocional e social, além causar déficit de memória;

- Além disso, aumenta a chance de atividades sexuais sem proteção, de violência sexual, de exposição às infecções sexualmente transmissíveis, risco de gravidez e acidentes de carro;

Documento
- Diante da preocupação com o consumo, os médicos divulgaram um documento para orientar os pais sobre os riscos;

- O documento também cobra mais rigidez sobre a venda de bebida para menores de idade;

Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria.

SUGERIMOS PARA VOCÊ: