Morte de casal: "É preciso estar atento aos sinais e às mudanças de hábito", alertam especialistas

| 04/08/2021, 16:25 16:25 h | Atualizado em 04/08/2021, 20:03

Após matar os pais a facadas, na madrugada desta quarta-feira (04) no apartamento em que eles moravam na Praia da Costa, em Vila Velha, o estudante de Medicina Guilherme Heringer Cesar, de 22 anos, mandou uma mensagem para um familiar dizendo ter feito uma “bobagem” pouco antes de cometer suicídio.

O caso segue cercado por mistério, uma vez que na cena do crime havia inscrições ligadas ao satanismo nas paredes do apartamento, além de páginas de Bíblia rasgada, cruzes pintadas de vermelho nas paredes e nas portas e a inscrição "666" (que na Bíblia remete ao 'número da besta').

O crime está sendo investigado pela Polícia Civil como duplo homicídio, mas, até o momento, ainda não se sabe o que motivou o ato do jovem.

Especialistas em psiquiatria e psicologia comentam que é preciso estar atento aos sinais e às mudanças de hábito para prevenir que casos como esse aconteçam.

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2021-08/372x236/universitario-mata-os-pais-e-comete-suicidio-aa1e6d608506abe8a82fde92302b675c/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2021-08%2Funiversitario-mata-os-pais-e-comete-suicidio-aa1e6d608506abe8a82fde92302b675c.jpeg%3Fxid%3D183000&xid=183000 600w, O estudante de Medicina Guilherme Heringer Cesar, de 22 anos, matou os pais, o médico 
 e pastor Paulo de Oliveira Cesar e Raquel Heringer Cesar (à esquerda)

"Tratar da saúde mental e dar suporte emocional"

O médico psiquiatra Valber Dias comenta que o crime pode ter sido motivado por diversas hipóteses.

"Muitas hipóteses podem ter levado o jovem a cometer esse ato, entre elas, um surto psicótico. Caso tenha sido essa motivação, dois fatores podem ter desencadeado o surto, uma doença pré-existente ou indução por alguma substância", ponderou o psiquiatra.

O psiquiatra alerta que cuidar e tratar da saúde mental, além de dar suporte emocional às pessoas próximas são os pontos essenciais para evitar casos como esse.

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2021-08/372x236/apartamento-casal-7bb779525fec558a1035712ed330b5bb/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2021-08%2Fapartamento-casal-7bb779525fec558a1035712ed330b5bb.jpeg%3Fxid%3D183001&xid=183001 600w, Imagens registradas no apartamento onde o casal foi morto
"A saúde mental precisa ser valorizada para que casos como esse sejam evitados. É necessário cuidar ou tratar da saúde mental e dar suporte emocional a quem está ao nosso redor. Ter empatia com o próximo é o ponto mais importante", afirmou.

Ele ainda aponta que existem seis sinais de alerta para ser observados, os seis D.

"Os sinais de alerta para casos como esses são o desespero, desesperança, delirium, desamparo, depressão e dependência química. Esses sinais mostram que a pessoa está passando por um momento de dor psíquica que podem levar ao suicídio", completou.

"Atenção aos sinais"

O psicólogo e pastor Marcelo Aguiar comenta que é necessário estar atento a sinais e mudanças de comportamento.

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2021-08/372x236/vitimas-idosos-itapua-6d29e0b8116ba702d607e735556e69de/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2021-08%2Fvitimas-idosos-itapua-6d29e0b8116ba702d607e735556e69de.jpeg%3Fxid%3D183002&xid=183002 600w,
"É necessário estar atento aos sinais e ao comportamento das pessoas ao nosso redor. Se uma pessoa que costumava ser ativa e falante se torna antissocial, é um sinal de alerta que deve ser observado", comentou Marcelo.

O psicólogo pondera ainda que, ao notar sinais, é preciso procurar ajuda com profissionais e tratar da saúde mental.

"Com a pandemia houve um agravamento na saúde mental da sociedade. As dificuldades emocionais estão próximas de nós. Em um contexto como este, é preciso estar atento", completou.

Obs.: Inicialmente, a informação era a de que o crime teria acontecido em Itapuã, o que foi corrigido mais tarde.

SUGERIMOS PARA VOCÊ: