Minifloresta com plantas do mundo inteiro em Guarapari

Espécies de vários países foram plantadas pelo engenheiro agrônomo Henrique Meile e a professora Cláudia Meile

Roberta Bourguignon | 03/02/2022, 10:20 10:20 h | Atualizado em 03/02/2022, 10:21

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/img/inline/110000/372x236/inline_00110660_00/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fimg%2Finline%2F110000%2Finline_00110660_00.jpg%3Fxid%3D290447&xid=290447 600w, Casal Henrique e Cláudia Meile, na minifloresta, em Guarapari. Uma das espécies do local é a  única no Brasil |
 

Árvores de vários lugares do mundo estão reunidas em um único quintal na região de Enseada Azul, em Guarapari. É a “minifloresta” do engenheiro agrônomo Henrique Meile, de 69 anos, e da professora suíça Cláudia Meile, 69.  

Espécies da Costa Rica,  Espanha, Ilhas Canárias, Ilhas  Maurício, Iêmen, Egito, Califórnia, Austrália, Antilhas, Israel, Filipinas, África e do Brasil compõem o inventário botânico feito pelo engenheiro.  

São mais de 120 árvores frutíferas e não frutíferas. Espécies raras, que possuem somente uma planta no Brasil, e até frutos produzidos pelo próprio engenheiro.  

“Fiz um inventário botânico com todas as espécies que eu tenho aqui, para ajudar as pessoas a saberem sobre todas as espécies também, e para meu controle. Tenho planta que está aqui e precisa de 100 anos para florescer, e só tem cinco no mundo, sendo que quatro estão na Europa, e uma no meu quintal”, revelou. 

 A planta em questão é a ‘Dracaena Cinnabari’, que veio da Ilha de Socotra, localizada no oceano Índico, na costa meridional do Iêmen.  

“Temos conhecimento que só existe essa no Brasil. As outras irmãs dessa planta estão na Europa e são somente quatro semiadultas. Ela precisa de 100 anos para florescer. Essa planta ficou 10 anos no vaso, e está no chão há 3 anos. Tivemos que colocar resto de telha, brita, tijolo, resto de construção na raiz dela, porque é uma planta que precisa de um ambiente que esteja sempre drenado (com excesso de água)”, contou  Henrique.  

No quintal também é possível encontrar espécies produzidas pelas mãos do engenheiro agrônomo. Ele trabalha todos os dias para manter a harmonia da “minifloresta” que começou  há décadas e só ganhou vida após o casal de aposentar na Suíça e se mudar para o Brasil, há nove anos.  

“Começamos a colonizar aqui em 1997. Não morávamos no Brasil, morávamos no exterior, onde passei 30 anos, trabalhando. Eu sou capixaba, e ela é suíça mesmo. Eu vinha ao Brasil uma vez por ano, mais velho ficava por mais tempo, e sempre tive uma visão boa daqui devido ao clima. Passei a plantar espécies nativas e exóticas e fui buscando a harmonia entre elas”, completou.

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Espécies foram compradas pelo casal em visita aos países

Foi visitando outros países durante as férias que o casal, o engenheiro agrônomo Henrique Meile e a professora suíça Cláudia Meile, adquiriu as espécies.  

Para Henrique, um dos jardins mais bonitos do mundo está na África, às margens do Mar Mediterrâneo, e outro paraíso fica na República de Maurício, uma ilha no Oceano Índico. 

“No sul das Ilhas Maurício fomos visitar o parque botânico, de Darwin, e lá eles têm coisas muito interessantes e diferentes. Trouxemos palmeiras de lá. Na África há uns jardins espetaculares que já conhecemos, e é de onde trouxemos espécies exóticas de palmeiras, a do dendê, que conquistou o mundo com seus óleos, o óleo de dendê. As palmeiras se adaptaram muito bem aqui”, salientou ele.

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Mesmo que as viagens do casal tivessem outras opções de passeio, a ideia de conhecer e adquirir novas espécies sempre esteve no roteiro.    

“Sabemos que em algumas ocasiões o transporte da semente ou da planta foi ilegal, mas entendo que nunca fez mal às espécies. A banana, por exemplo, existe no Brasil há séculos, e não é daqui. Há uma série de frutas aqui que não são brasileiras, como o abacate, a manga também, e que vieram de forma ilegal e hoje dão frutos aqui”, afirmou.

Na minifloresta, em Guarapari, é o próprio engenheiro quem prepara a terra, adubos e técnicas de plantio de cada espécie. “Faço mudas. Não vendo nada para ninguém, somente faço  doação. Muitos vizinhos levam mudas e a gente planta no bairro também. A ideia é reflorestar sempre”.

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