Governo quer 1ª vacina que estiver disponível para venda

| 06/08/2020, 16:39 16:39 h | Atualizado em 06/08/2020, 16:45

O secretário nacional de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correa de Medeiros, disse que o governo federal pretende comprar “a primeira vacina que chegar ao mercado”, independentemente do país que a produzir.

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-08/372x236/vacina-860bb4dee41e54f22016eb85e2c95af0/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-08%2Fvacina-860bb4dee41e54f22016eb85e2c95af0.jpeg%3Fxid%3D135804&xid=135804 600w, Vacina contra a Covid-19 tem sido testada em diversos
Em audiência na Câmara dos Deputados, Medeiros afirmou que fará, nos próximos dias, uma visita ao Instituto Butantan, que participa do desenvolvimento da vacina Coronavac com a empresa chinesa Sinovac Biotech.

Também disse que o Ministério da Saúde já realizou reuniões sobre vacina em teste na Rússia, mas não deu detalhes da conversa.

A aposta do governo federal, por enquanto, é no modelo desenvolvido pela farmacêutica britânica AstraZeneca e a Universidade de Oxford, na Inglaterra.

O governo espera receber 100 milhões de doses desta vacina, cuja tecnologia de produção deve ser repassada ao Instituto Bio-Manguinhos, unidade da Fiocruz.

Medeiros ponderou que, apesar de estar de olho em todas as vacinas, o governo só comprará aquelas que apresentarem eficácia.

“Talvez a que está em fase três (de pesquisa) mais avançada é a da AstraZeneca”, disse.

Segundo Medeiros, profissionais de saúde e pessoas de grupos de risco, como idosos e quem apresenta outras doenças, devem ser priorizados na vacinação.

O secretário citou cardiopatias e obesidade como fatores de risco. “Para além destes, temos os profissionais de saúde”, afirmou que o Sistema Único de Saúde (SUS) deve usar os mesmos critérios adotados para imunização contra a H1N1.

Arnaldo de Medeiros afirmou ainda que não deve haver restrição de vacinação para quem já teve a doença.

A ideia é que uma primeira parcela com 15 milhões de vacinas seja entregue ao Brasil em dezembro, dentro da parceria com a empresa britânica. A segunda, de igual volume, em janeiro.

Por causa desta entrega, Medeiros afirmou esperar que ao menos 15 milhões de brasileiros sejam imunizados até o fim deste ano.

Na reunião da Câmara, o diretor do Instituto Bio-Manguinhos, Maurício Zuma, no entanto, disse que cada parcela deve levar cerca de um mês para passar por processos como de controle de qualidade e ser entregue aos postos de vacinação. Assim, a primeira entrega à população seria em janeiro, e a segunda, em fevereiro.

Teste chinês em Brasília

A Universidade de Brasília (UnB) começou ontem testes sobre a eficácia de vacina contra a Covid-19, chamada CoronaVac. No primeiro dia, participaram do estudo cinco profissionais de saúde que atuam na linha de frente da doença.

Desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac Biotech, a vacina é aplicada em duas doses, com intervalo de 14 dias entre elas. O estudo é coordenado pelo Instituto Butantã.

Na capital federal, os testes são feitos em ambulatório do Hospital Universitário de Brasília, que é um dos 12 centros no Brasil que participam da fase 3 do ensaio clínico.

A médica Larissa Bragança, 33, foi uma das voluntárias. “É muito urgente conseguir essa vacina”.

SUGERIMOS PARA VOCÊ: