Fábrica da Backer é fechada pelo Ministério da Agricultura

| 10/01/2020, 19:26 19:26 h | Atualizado em 10/01/2020, 22:05

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-01/372x236/cervejaria-backer-8b1be9cfb082d254262a8f0297b49c60/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-01%2Fcervejaria-backer-8b1be9cfb082d254262a8f0297b49c60.jpg%3Fxid%3D103899&xid=103899 600w, Cervejaria Backer
A cervejaria Backer, fabricante da cerveja Belorizontina, foi interditada na tarde desta sexta-feira (10), pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Segundo a Polícia Civil mineira, a substância dietilenoglicol foi encontrada em amostras de cerveja pilsen Belorizontina, nos lotes L1 1348 e L2 1348. A substância química é usada para evitar que líquidos congelem e impedir que evaporem.

“Diante do risco iminente à saúde pública, o Ministério Agricultura, Pecuária e Abastecimento realizou, como medida cautelar, o fechamento da Cervejaria Backer, fabricante da cerveja Belorizontina. Na mesma oportunidade, foram determinadas ações de fiscalização para a apreensão dos produtos que ainda se encontram no mercado. Segundo a Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, por meio de informação preliminar de 9 de janeiro de 2020, foi identificada a substância “dietilenoglicol” em amostras de cerveja pilsen, marca Belorizontina, lotes L1 1348 e L2 1348.”, informou o ministério em seu site oficial.

Ainda segundo a pasta, auditores fiscais federais prosseguem apurando as circunstâncias em que ocorreram a contaminação verificada pelas autoridades policiais nos lotes indicados. Eles fazem parte da força-tarefa que investiga o caso de contaminação junto com a Polícia Civil, Vigilância Sanitária e Secretaria da Saúde.

#NOTAOFICIAL
Mapa divulga nota sobre interdição de cervejaria em Minas Gerais.

Saiba mais: https://t.co/vmenoLB5ZW pic.twitter.com/z1UvFtidmu

— Ministério da Agricultura (@Min_Agricultura) January 10, 2020

“Análises laboratoriais seguem sendo realizadas nas amostras coletadas pela equipe de fiscalização das Superintendências Federais de Agricultura. Além disso, mais de 16 mil litros de cervejas foram apreendidos cautelarmente. Novas informações serão prestadas após os resultados das análises laboratoriais feitas pelo Mapa”, diz o comunicado.

A investigação está na fase inicial, e segundo a polícia, não há informação se foi intencional. Por ora, o quadro é tratado como síndrome nefroneural, e novos testes serão realizados.

"A situação é grave, e os consumidores estão expostos a risco", afirma Amauri da Mata, promotor do Procon Estadual.

O primeiro caso notificado data de 30 de dezembro. Todas as vítimas são homens, com idade entre 23 e 76 anos. Eles têm em comum o fato de terem frequentado recentemente o bairro Buritis, na zona oeste da capital –um dos mais populosos de Belo Horizonte, com 30 mil moradores e grande concentração de bares.

Durante a tarde desta quinta-feira (9), policiais e peritos estiveram na fábrica da cervejaria para investigar possível contaminação. A Polícia Civil investiga as causas de uma síndrome que pode ter causado a internação de oito pacientes. Um deles morreu após ser hospitalizado em Juiz de Fora.

A Backer está presente em 11 estados brasileiros, entre eles São Paulo, Rio, Bahia e Espírito Santo, além de Minas. A cerveja é amplamente consumida em Minas Gerais e venceu premiações internacionais, como a Copa de Cervezas de America.

ENTENDA

O que é DEG?
Nas cervejas da marca Belorizontina, que é da cervejaria Backer, foram encontradas dietilnoglicol ou DEG, substância anticongelante, de uso muito comum na indústria altamente tóxica para ser humano.

O dietilenoglicol, é um líquido sem cheiro que se mistura com água e solvente. Uma solução que diminui o ponto de fusão e aumenta o de ebulição. De acordo com a Anvisa, “é um solvente orgânico altamente tóxico e que causa insuficiência renal e hepática, podendo, inclusive, levar a óbito quando ingerido”.

A Backer informou que continua colaborando com as autoridades, e que tem todo interesse em esclarecer os fatos. Ela também afirmou que a substância dietilnoglicol não faz parte de nenhuma etapa do processo de fabricação de seus produtos.

Nota da Backer
“Após entrevista coletiva nesta tarde, a Polícia Civil divulgou laudo informando que a substância dietilenoglicol foi identificada em duas amostras recolhidas da cerveja Belorizontina na casa de clientes, que vieram a desenvolver os sintomas. Vale ressaltar que essa substância não faz parte do processo de produção da cerveja Belorizontina, fabricada pela Cervejaria Backer.

Por precaução, os lotes em questão – L1 1348 e L2 1348 – citados pela Polícia Civil, e recolhidos na residência dos consumidores citados, serão retirados imediatamente de circulação, caso ainda haja algum remanescente no mercado. A Cervejaria Backer continua à disposição das autoridades para contribuir com a investigação e tem total interesse que as causas sejam apuradas, até a conclusão dos laudos e investigação.”

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