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Cidades

Estudo alerta para novas pandemias no País

Para pesquisadores, Brasil pode virar incubador de doenças de circulação animal que são transmitidas para humanos


O Brasil já ultrapassou a marca de 600 mil mortes pela covid-19 e ainda sofre com os impactos do coronavírus, mas o surgimento de novas pandemias já é uma realidade possível.

Um estudo liderado por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) mostrou que novas pandemias podem surgir a partir do País. Os resultados apontando os riscos foram publicados na revista científica Science Advances.

Imagem ilustrativa da imagem Estudo alerta para novas pandemias no País
Clarisse Arpini, mestre em Microbiologia, diz que palavra-chave para definir início de uma pandemia é “desequilíbrio” |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

Com uma diversa biodiversidade de animais, o Brasil também abriga uma variedade significativa de patógenos e parasitas – organismos capazes de causar doenças.  

Já os recentes aumentos nas vulnerabilidades sociais e ecológicas, associados aos cenários políticos e econômicos acendem o alerta para essa diversidade atuar como incubadora de  pandemia provocada por zoonoses (doenças infecciosas de circulação animal que podem ser transmitidas para os humanos).

Foram observadas a quantidade de espécies de mamíferos silvestres, a perda de vegetação natural e mudanças nos padrões de uso da terra. Os resultados colocam em evidência o desmatamento e a caça de animais  como fatores de  relevância para o aparecimento de novas  infecções. 

“A partir de um modelo de avaliação que identifica diferentes interações entre os elementos, conseguimos observar os processos que moldam o surgimento de zoonoses em cada estado brasileiro”, explicou a pesquisadora Gisele Winck.

Todo o território brasileiro está suscetível, com uma maior probabilidade em áreas sob influência da Floresta Amazônica.

Mestre em Microbiologia e Bioanalista da UVV, Clarisse Arpini explica que a palavra-chave para definir o início de uma  pandemia é “desequilíbrio”. “As cidades cresceram, se expandiram, e o ser humano chegou em um ecossistema que não era comum para ele.  E quando ocorre desmatamento, o ambiente se torna perigoso”.

A especialista explica que um microrganismo que estava acostumado a viver em algum animal silvestre pode migrar para novos hospedeiros, como animais mais domesticados, e depois  seres humanos.

“Quando há desmatamento, o animal silvestre precisa se alimentar, e passa a ter contato com outros animais, podendo haver a adaptação dos microrganismos, que possuem grande capacidade de se replicar, com velocidade de expansão e mutação”.

Risco com 900 micróbios

Uma análise realizada nas geleiras do Planalto Tibetano, na Ásia, encontrou 968 espécies de micróbios com potencial de ocasionar pandemias. Isso será possível caso as mudanças climáticas provoquem o derretimento do gelo, como já vem acontecendo, e libertem esses patógenos na natureza. A maioria desses  micróbios nunca foi descoberta pela ciência. 

O estudo foi realizado por pesquisadores da Austrália, China e Dinamarca. A partir da coleta, o DNA dos micróbios foi sequenciado dentro do gelo, criando uma base de dados. Constatou-se que cerca de 98% não faziam parte de nenhum banco de dados, ou seja, não se sabia  a existência.

Além disso, 47% dos fatores de virulência nunca foi visto antes. “Essa quantidade, descoberta de uma vez só, assusta. O fator de virulência é a capacidade do microorganismo se fixar, adaptar e causar a doença em um hospedeiro. A maioria dos microrganismos conhecidos não são virulentos, mas 47% dos fatores nunca vistos é um percentual alto”, afirmou a mestre em Microbiologia Clarisse Arpini.

A especialista ressalta, no entanto, que os microrganismos ainda precisam vencer muitas “barreiras” para chegar até o ser humano, como o ambiente. “É uma lacuna muito grande  sair de lá e chegar até o Brasil,  mas nas pessoas que vivem perto, se alimentam de animais, pode haver uma preocupação”.

FIQUE POR DENTRO

Pesquisa

O estudo foi realizado pelo Instituto Oswaldo Cruz e publicado na revista científica Science Advances.

Análise

Foram observadas a quantidade de espécies de mamíferos silvestres, a perda de vegetação natural e as mudanças nos padrões de uso da terra. 

A partir de um modelo de avaliação que identifica diferentes interações entre os elementos analisados, foi possível observar   os processos que moldam o surgimento de zoonoses, que são doenças infecciosas de circulação animal que podem ser transmitidas para os seres humanos.

Resultados

Os resultados colocam em evidência o desflorestamento e a caça de animais silvestres como fatores de relevância para o aparecimento de novas  infecções.

O Espírito Santo está classificado no nível de risco médio para o surgimento. Estados como AM, AC, RO, RR, MT e MA aparecem no risco alto.

Motivos

Um microrganismo que estava acostumado a viver em algum animal silvestre pode migrar para novos hospedeiros, como animais domésticos, e depois  seres humanos.

Quando há desmatamento e proximidade de população, o animal  passa a ter contato com outros animais, podendo haver a adaptação dos microrganismos, que possuem  grande capacidade de se replicar, com velocidade de expansão e mutação.

Fonte: Fiocruz e especialistas consultados.

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