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Cidades

Empresária faz sucesso na internet após perder 57 kg


Dos 130 kg em 2011 para 73 kg hoje. No meio do caminho, uma cirurgia bariátrica, momentos antissociais, de bullying, e um reganho de peso. Hoje, a empresária e criadora de conteúdo digital Naiara Henrique Barbosa, 26 anos, usa sua história de vida e, com dicas e bom humor, coleciona 52,3 mil seguidores para falar na internet sobre a bariátrica e uma vida saudável. Ela conversou com a reportagem.

Imagem ilustrativa da imagem Empresária faz sucesso na internet após perder 57 kg
Naiara Barbosa usa sua história de vida e, com dicas e bom humor, possui mais de 52 mil seguidores na internet. |  Foto: Fábio Nunes/AT

A Tribuna – Como começa sua história com a balança?

Naiara Henrique Barbosa – Desde os 5 anos vivi com obesidade. Aos 16, pesava 130 kg. Meu pai e minha mãe fizeram cirurgia bariátrica, meu caso é genético. Já tinha tentado emagrecer com atividade física, tomei remédio para emagrecer, mas não tive nenhuma fase da vida magra.

Sofria um efeito sanfona, o que afetava minha autoestima.

Como?

Sofria muito bullying na escola. Isso foi me deixando introspectiva. No ano da cirurgia, com 16 anos, já nem tirava foto. Lembro dos amigos da escola fazendo bullying no ônibus. Eu era a última a ser escolhida nos esportes em grupo. Usava muito moletom, o que dava mau cheiro. Já mandaram carta falando do odor. Quando passava, diziam que o chão estava tremendo. Mas mesmo assim não internalizei. Fui oradora de turma, por exemplo, porque era falante.

Como decidiu fazer a cirurgia bariátrica?

Quando eu tinha entre 15 e 16, minha família já começou a procurar se era possível fazer a cirurgia, porque já estava tendo problemas psicológicos: não queria tirar foto, usava roupas escuras, me afundei na música emo, era antissocial. Meu IMC era 35 com comorbidades como diabetes e hipertensão, e problemas no joelho e coluna. Por questões de saúde, autorizaram minha cirurgia. Pensaram: se com 16 estava assim, se esperasse mais iria piorar.

E dali em diante?

No primeiro mês, perdi oito quilos, o que é considerado pouco. Cheguei até 55 kg de emagrecimento no primeiro um ano e meio, sem atividade física ou dieta. É a “lua de mel” da bariátrica. Emagreci porque é inerente. Emagrece mudando hábitos ou não. Hoje tenho 73 kg. Vivi o efeito sanfona. Teve um momento que engordei de novo. Depois de 10 anos, um reganho de 20 kg.

Mas um dia tive um choque emocional: tentei colocar um short que sempre usava, ele não passava da minha coxa. Eu me evitava, mas a partir dali comecei a me ver. Fui para o Instagram e comecei a procurar quem tinha feito bariátrica. Achei algumas pessoas que criavam conteúdo, mas tudo muito do início, da dieta líquida. Não achei quem falasse sobre a realidade de engordar após a cirurgia.

Foi quando resolvi focar e falar do tema em novembro de 2019.

O que mudou?

Estava pensando 92 kg e relatei toda a minha mudança: fui acompanhada por uma equipe multidisciplinar, voltei para o psicólogo, nutricionista, fiz crossfit e agora faço muay thai. Emagreci 23 kg e hoje estou na minha melhor fase, bem psicologicamente, com minhas vitaminas em dia.
Você também faz propagandas, inclusive com cupons de desconto para suplementos, por exemplo.

Como conciliar o lado comercial com a ajuda?

Todos os parceiros com desconto são parceiros que eu consumia antes de ter o desconto. Foi uma coisa natural. Eu não me entendia como influenciadora digital. Achava que era um hobby, não me profissionalizei. Quando vi, o alcance era grande. E também atraio o público com vídeos engraçados. Estou em todas as redes sociais, porque tem bariátricos em todos os lugares. Eu preciso mostrar que não é um detalhe, que é uma escolha muito desafiadora. Não é o melhor caminho, mas é um dos caminhos. Temos uma escolha a fazer, mas temos de arcar com as consequências dessas escolhas.

Quais as dúvidas que as pessoas mais têm?

A maioria é mulher. A dúvida mais corriqueira é: “Quais vitaminas tomar?” Depois, questionam como eu venci o reganho de peso. No meu público, já encontrei quem engordou 30 kg com sete anos de operado. Tem de mudar os hábitos! Também me perguntam muito como lido com as críticas e o preconceito com quem faz a cirurgia bariátrica.

Qual seu objetivo com isso tudo?

O meu objetivo é ser voz, uma representatividade para os bariatricados, no sentido de conscientizar quem fez a cirurgia. E exigir respeito da sociedade em geral, com quem opera. Tem muita gente que opera e não fala para os outros, é taxada com falta de vontade, covarde. Dizem que com bariátrica é fácil, mas não. Temos problemas psicológicos, de saúde. Quero dizer que tenho cicatriz, flacidez e está tudo bem. Defendo a cirurgia quando tem de ser feita, e não por questão de estética. Eu não defendo a qualquer custo.

Alerta para risco de novo ganho de peso após cirurgia

Após a cirurgia bariátrica, a alimentação dos operados precisa sofrer mudanças, bem como o ritmo de alimentação, apontam especialistas. Eles alertam para as causas do reganho de peso, que podem ter relações inclusive com fatores psicológicos e a dieta seguida.

A nutricionista Juliana Tinelli explica que, na fase inicial pós-cirúrgica, o paciente demanda de uma alimentação mais restrita e com consistência modificada, iniciando com os alimentos na forma líquida e evoluindo até chegar à alimentação sólida.

O reganho de peso, segundo ela, pode estar ligada a vários fatores, como: a falta de acompanhamento nutricional e também psicológico, a não adesão ao tratamento nutricional e transtornos alimentares.

“Às vezes, o paciente não mantém o plano alimentar proposto e volta a se alimentar em quantidades não adequadas à nova condição, com diminuição na ingestão de proteínas e aumento no consumo de carboidratos simples como biscoitos, bolos, pães”, explicou.

A suplementação pós-bariátrica, prossegue Juliana, deve conter vitaminas e minerais que são indispensáveis para uma série de funções no organismo, como vitaminas do complexo B (B12, B1 e B6), zinco, ácido fólico, ferro, vitamina K, selênio, biotina, cobre, vitamina D e cálcio.

Quantidade

A nutricionista Fernanda Pignaton acrescenta que as porções de alimentos devem ser fracionadas em mais quantidade de refeições com menor volume cada.
“Como o estômago tem menor volume devido à retirada de parte do órgão, o paciente não consegue comer grandes volumes”, explicou a nutricionista.

O maior erro dos pacientes que optam pela bariátrica, alerta Fernanda, é achar que a cirurgia será definitiva e não manter um acompanhamento psicológico. “A compulsão alimentar pode voltar caso não haja a verdadeira mudança mental, ou pior: pode se alterar para outras áreas da vida do paciente como compulsão em compras, bebidas, entre outras”.

Outro perigo do efeito sanfona, segundo Fernanda, está nas dietas, que não podem ser muito restritivas para que o paciente consiga de fato levar essa alimentação para toda a vida e não seguir apenas em um curto período de tempo.

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