Crianças aproveitam quarentena para bater recordes de leitura

| 15/06/2020, 14:14 14:14 h | Atualizado em 15/06/2020, 14:39

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-06/372x236/isabelle-zardini-ja-leu-22-livros-este-ano-e4dc46f03faa3231a1dc65f4ced2d1c5/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-06%2Fisabelle-zardini-ja-leu-22-livros-este-ano-e4dc46f03faa3231a1dc65f4ced2d1c5.jpeg%3Fxid%3D127112&xid=127112 600w, Isabelle Zardini já leu 22 livros este ano: “Estou gostando muito. O tempo passa mais rápido quando leio”

“Acho muito incrível porque eu me sinto dentro da história, consigo imaginar tudo!” Assim como a Isabelle Zardini Marino, de apenas 10 anos, outras crianças e adolescentes no Estado não estão vendo o tempo passar ao ler livros.

Graças ao hábito, a garotada está batendo recorde de leitura durante a pandemia. Com mais tempo em casa, algumas delas já chegaram a ler 40 livros no período. Isabelle, que começou a ler por volta dos 5 anos de idade, já devorou mais 22 livros este ano, a maioria deles durante o isolamento social.

Agora, ela está lendo, ao mesmo tempo, “Harry Potter e a Câmara Secreta”, que é o segundo livro da famosa série da escritora britânica Joanne Kathleen Rowling, e “Fábulas”, de Monteiro Lobato, e outros.

“Estou gostando muito. O tempo passa muito rápido quando estou lendo”, afirma a estudante da quinta série da Escola São Domingos, de Vitória.

A mãe e servidora pública Letícia Vargas Zardini Peixoto, de 42 anos, conta que os benefícios da leitura para a filha são notórios.

“Ela gosta muito de ler. O que ela pede de livro eu compro. Eu nego brinquedo, mas livro não (risos). E agora ela está indo para uma fase de livros maiores, com mais páginas e mais conteúdo”, conta a mãe toda orgulhosa.

Letícia diz que, por causa da leitura, a escrita e o Português da filha ficaram ainda melhores. “Na escola, Isabelle vai muito bem. Ela também é muito criativa e gosta de desenhar. Faz uns desenhos bem bonitos e detalhistas, com traços bem definidos”, afirma a moradora da Praia da Costa.

“Gosto de livros de fantasias. Consigo imaginar os cenários e, quando gosto muito do livro, eu desenho também”, completa Isabelle.

A adolescente Kayane Mendonça, de 16 anos, também está aproveitando a quarentena para ler mais do que nunca. Só nos últimos meses, foram ao todo 40 livros. No momento, ela está com “Sociologia para jovens do século XXI”, dos autores Luiz Fernandes de Oliveira e Ricardo Cesar Rocha da Costa.

“Realmente nunca li tanto. Acho que ler é mais tranquilo, é relaxante. Tento incentivar também minhas amigas a ler”, conta a estudante do ensino médio da escola Professor João Loyola, de Serra-Sede.

Disputa por lugar na estante

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Apaixonado por leitura, o pequeno João Paulo Schaffel Bremenkamp só identifica um problema no hábito da leitura: “O único problema é que estou disputando espaço na estante com minha mãe”.

Ele é um verdadeiro “devorador de livros”. Segundo as contas da família – que estão cada vez mais difíceis –, João Paulo já leu mais de 450 livros em seus 10 anos de vida.

“Acho que chego a mil livros um pouquinho antes dos 20 anos”, afirma o garoto, que começou a ler aos quatro anos de idade e é estudante do colégio Salesiano, de Jardim Camburi, mas também faz aulas de Robótica e Inglês.

João Paulo está lendo neste momento “Histórias da Velha Totônia”, de José Lins do Rego, escritor brasileiro que conta o que ouviu na infância da senhora que dá nome ao livro: “Estou gostando muito. Tem histórias muito legais!”

Entre os livros devorados por ele nesta quarentena também estão “Os Meninos da Rua Paulo”, novela juvenil escrita pelo jornalista e escritor húngaro Ferenc Molnár, e “O Lobo do Mar”, do norte-americano Jack London, entre outros.

João Paulo é motivo de orgulho para os pais, a professora de Língua Portuguesa Elizana Schaffel, de 32 anos, e o petroleiro Vonibalbo Bremenkamp, de 39.

“Ele lê, em média, duas horas por dia, mas nos fins de semana lê mais e nas férias também. A gente cria uma rotina e ele só tem duas horas por dia para mexer no celular ou jogar. Por causa da leitura, ele tem um vocabulário muito rico, conhece a História. Quando um livro cita alguma coisa, ele já vai fazer uma pesquisa”, conta a mãe do pequeno devorador de livros.

“Ler me acalma”
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“Dom Casmurro” é uma das obras mais importantes de Machado de Assis, um dos mais brilhantes nomes da literatura brasileira. O romance é o livro do momento da estudante Yasmin Silva, de 18 anos, do ensino médio da escola Professor João Loyola, de Serra-Sede. Nesta pandemia, ela já leu 41 livros.

“Estou lendo mais agora. Mas ainda tenho muitos livros que não foram tocados. Sempre gostei de ler. Leio desde os 10 anos. É algo que me acalma bastante”, conta a moradora de Jardim Bela Vista.
 

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