Como está a saúde mental do brasileiro após a eliminação do Brasil na Copa?

O sonho de ver a Seleção Brasileira levantando a taça de campeão da Copa do Mundo e garantindo o hexacampeonato não se realizou mais uma vez. Com a derrota do Brasil para a seleção croata nos pênaltis, nesta sexta-feira (09), uma legião de brasileiros se frustrou e, com isso, vieram relatos de sentimentos demonstrados nas redes sociais, como tristeza e luto. 

Neymar ficou visivelmente abalado com a derrota brasileira |  Foto: Divulgação/ Twitter @fifaworldcup_pt

Mas como fica a saúde dos brasileiros diante de mais uma derrota dentro do esporte mais famoso do País? O psicólogo consultado pelo Tribuna Online, Alexandre Brito, explicou que essa interrupção do sonho desencadeia estes sentimentos de tristeza, frustração e luto, pois  a esperança do hexacampeonato fez com que investíssemos energia na Seleção Brasileira e, no momento, há essa sensação de perda. 

"Desde 2002 o brasileiro não sente o sabor de erguer uma taça da Copa do Mundo. Ao longo dos últimos anos a perda tem sido uma companheira constante, demonstrando a necessidade em lidar não apenas com aspectos técnicos da seleção, mas também com os fatores psicológicos presentes no esporte. Com mais uma eliminação na copa isso fica ainda mais evidente”, disse Brito.

Porém, o especialista afirma que essa energia deve ser utilizada para ter esperança e expectativa de dias melhores.  “Após a eliminação nos voltamos novamente para as questões da vida cotidiana, que dependem muito mais de cada um de nós. Vale ressaltar que a tristeza também é um afeto passageiro”.

Saúde mental dos jogadores

Outro ponto levantado desde a Copa do Mundo no Brasil e que ganhou força quando o Mundial foi na Rússia é a saúde mental dos jogadores brasileiros. Na dolorida derrota do 7x1 da Copa de 2014 em que o Brasil perdeu para a Alemanha no estádio do Mineirão, a presença de um psicólogo que pudesse acompanhar e dar suporte à equipe foi muito discutida.Afinal, os jogadores estavam visivelmente abalados e emotivos antes mesmo da partida começar. 

Para o psicólogo Alexandre Brito, muitas vezes a saúde mental é tratada com a importância que deveria ter no esporte. “Algo se repete desde a copa na Rússia: o psicólogo foi dispensado e em seu lugar foram colocadas, nos centros de treinamento, mensagens ‘motivacionais’ para os jogadores. Até quando a saúde mental vai ser tratada como dispensável no esporte?”, questiona.

E completa:  “Grandes campeonatos possuem componentes emocionais muito acentuados, exigindo um trabalho de maturidade para que os atletas possam evoluir não apenas tecnicamente, mas para que também aprendam a reagir melhor diante das adversidades, do nervosismo e do excesso de confiança, buscando maior equilíbrio e preservando o sentimento de solidariedade e união entre a equipe", finaliza.