Como a tecnologia ajudou a apurar se Clarinha era menina sequestrada

| 06/08/2021, 15:02 15:02 h | Atualizado em 06/08/2021, 15:14

O mistério que está há mais de 20 anos sem solução, o caso Clarinha, mulher que está internada no Hospital da Polícia Militar (HPM) em estado vegetativo desde o ano 2000, contou com a ajuda da tecnologia para encontrar um desfecho.

Com um trabalho de reconhecimento facial para apontar uma possível ligação entre Clarinha e uma criança mineira desaparecida há 45 anos, em Guarapari, exames genéticos descartaram nesta quinta-feira (05) a possibilidade de que se trate da mesma pessoa.

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2021-08/372x236/clarinha-a57f88599fc9e96ee6435a796f53d0ca/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2021-08%2Fclarinha-a57f88599fc9e96ee6435a796f53d0ca.jpeg%3Fxid%3D183236&xid=183236 600w, Mulher em coma profundo, conhecida como Clarinha, pode ser menina sequestrada em Guarapari nos anos 70. Polícia e Ministério Público tentam há anos identificar paciente
Com 14 anos de experiência em trabalho de reconhecimento facial, Diego Pires, cofundador do Laboratório Faceless, em Curitiba, no Paraná, classificou o caso de Clarinha como “muito complexo”.

Após um trabalho de reconhecimento facial apontar uma possível ligação entre o caso de uma mulher internada há mais de 20 anos em Vitória e de uma criança mineira desaparecida há 45 anos, em Guarapari, exames genéticos descartaram ontem a possibilidade de que se trate da mesma pessoa.

À reportagem, ele explicou ontem que as análises foram feitas nas fotos da menina sequestrada em 1976, em Guarapari, e de Clarinha.

Voltando um pouco no tempo, ele, que é super-reconhecedor e examinador facial, disse que o exame de identificação facial foi solicitado pela Força Nacional em fevereiro de 2021.

A equipe que atuou no caso era composta por seis pessoas, inclusive Diego, sendo quatro analistas faciais e dois examinadores faciais.

Ele admite que não foi fácil comparar uma foto antiga da menina com Clarinha que, em virtude do seu quadro, teve estrutura óssea e de tecido mole afetadas.

Mesmo assim, o processo de reconhecimento passou por três etapas. O super-reconhecimento e as análises – ambos, usando a metodologia visual – mostraram que havia compatibilidade entre o rosto das duas. Depois, foi feito exame de identificação facial, que também utiliza ferramentas computacionais.

Após um relatório investigativo ser entregue à Força Nacional, foi dada sequência às apurações, inclusive pela Polícia Civil mineira.

Esse caso não foi o único envolvendo crianças em que atuou. Um deles foi de um recém-nascido, de 20 dias, que desapareceu com a mãe, no Paraná. Após um ano, foi descoberto que o bebê havia sido adotado por outra família. Ele foi entregue a avó. A mãe segue desaparecida.

“Ficamos na torcida para que as histórias da Clarinha e da criança desaparecida também tenham um desfecho. Importante frisar que esse exame de comparação facial não resultou em uma identificação positiva, e sim em uma compatibilidade, provocando, assim, o exame de DNA”, destacou.

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