“Chorei e senti a presença dos fiéis”
Devido à pandemia do novo coronavírus, fiéis de várias paróquias estão tendo de acompanhar em casa as celebrações que são feitas nos templos com as portas fechadas.
Mas, em algumas paróquias, os católicos deram um jeito de, mesmo sem a presença física, estarem mais perto do padre e do templo religioso.
O jeito encontrado foi imprimir fotos dos fiéis e de suas famílias para serem coladas nos bancos do templo, como se estivessem assistindo à celebração da missa.
Em Vitória, a Paróquia São Camilo de Léllis, localizada na Mata da Praia, abraçou a ideia e os assentos ficaram cheios de fotografias.
Segundo o pároco da Paróquia São Camilo, padre Teodósio César de Aquino, o gesto o emocionou.
“Era um vazio total e, de repente, comecei a celebrar com as fotos. Confesso que chorei na hora. Senti uma presença forte. Mesmo estando longe, sinto a presença dos fiéis”, lembrou.
O padre disse que a paróquia começou a receber as fotos no domingo, dia 22, quando a ação foi divulgada nas redes sociais. Até a manhã de ontem, cerca de 300 fotos tinham sido coladas nos bancos e outras continuavam a chegar.
Mesmo assim, o pároco avaliou que as fotos possuem, em média, quatro pessoas, o que representa um número ainda maior de fiéis participando: “São quatro pessoas, em média, por foto. Mais de 1.200 pessoas”.
Outra igreja que está fazendo o mesmo é o Santuário Nossa Senhora da Saúde, em Ibiraçu. Segundo Rosemeri do Rosário, assistente administrativo do Santuário, a motivação veio depois de ver uma publicação feita pelo padre Reginaldo Manzotti, famoso no cenário católico nacional.
Ela citou que cerca de 3 mil fotos já foram recebidas desde o último dia 20. Quem está imprimindo as fotografias é Marrielly do Rosário, filha da Rosemeri.
Reitor do Santuário Nossa Senhora da Saúde, dom Décio Sossai Zandonade, bispo emérito da Diocese de Colatina, está celebrando as missas sozinho aos domingos de manhã e transmitindo pela internet.
Para ele, as fotos são mais do que imagens, pois têm forte significado. “As fotos representam o desejo de viver, da nossa saúde, da nossa família”, disse.
Em Vitória, o padre Teodósio já sabe o que vai fazer quando a pandemia passar. “Pretendo fazer um álbum e guardar, para ficar como uma marca desse período”, disse.
