Até trilhos de ferro na mira dos bandidos

Polícia recuperou 30 toneladas do material que havia sido retirado de trecho da centenária Ferrovia Leopoldina, no Sul do Estado

Roberta Bourguignon, do jornal A Tribuna | 19/07/2022, 16:46 16:46 h | Atualizado em 19/07/2022, 16:47

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/img/inline/120000/372x236/inline_00120268_00/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fimg%2Finline%2F120000%2Finline_00120268_00.jpg%3Fxid%3D360939&xid=360939 600w, Pedaços de trilho de trem recuperados pela polícia na operação Vastum, deflagrada  em todo o Estado
 

Entre o material apreendido nos ferros-velhos de Guarapari, um produto chamou a atenção da Polícia Civil: 30 toneladas de trilhos de trem encontradas no montante das sucatas. 

No histórico de ocorrências, são dezenas de trilhos de trem furtados de Norte a Sul do Estado. Nas linhas férreas que fazem parte da história capixaba, a maioria possui um registro de controle, o que levou o delegado Guilherme Eugênio, titular da Delegacia de Infrações Penais e Outros, a identificar de onde os trilhos foram arrancados. 

As 30 toneladas foram retiradas de um trecho da centenária Ferrovia Leopoldina, localizado na região de Vargem Alta, Sul do Estado. Todo esse peso representa somente 600 metros, de mais de 30 quilômetros de trilhos roubados.

“Pelo fato de se tratar de mais de 30 toneladas, decidimos fazer contato com as empresas que administram linhas férreas no Estado e já possuem boletim de ocorrência registrado”, contou o delegado.

“Agendamos visita no local e os investigadores foram até lá para a confirmação, que só foi possível pelo número de registro de controle que a empresa possui. Autorizamos a recuperação dos trilhos roubados no próprio ferro-velho, já que a logística para a polícia retirar as 30 toneladas de lá seria inviável”, ressaltou.

As 30 toneladas foram compradas, segundo a investigação, por cerca de R$ 30 mil, levando em consideração que o trilho é comercializado como sucata e no ferro-velho custava R$ 1 o quilo.

Mas para Guilherme Eugênio, os donos do ferro-velho ganhariam muito mais com a venda para as siderúrgicas.

“As apurações revelam que há uma complexa corrente de infratores por trás dos furtos. Em regra, há três  elos nessa corrente: quem executa o furto, os receptadores que adquirem metais furtados, os processam e ao final os transportam até os receptadores de maior porte. Esses reúnem grandes quantidades de metais e os transportam até empresas siderúrgicas, e recebem mais por isso”, explica.  

A recuperação do material faz parte de mais um desdobramento da operação Vastum, deflagrada na semana passada em todo o Estado para apreender material furtado em ferros-velhos. 

Em Guarapari, a maior parte dos produtos identificados como roubados estava no ferro-velho da comunidade de Barro Branco. O casal dono do lugar ainda não foi localizado. 

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