"Apesar do susto, ele está bem", diz mulher de piloto que sobreviveu à queda de avião
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Um dos sobreviventes da queda de um bimotor, em Guarapari, no último domingo, o instrutor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Carlos Dias, de 70 anos, está bem de saúde e estável.
Segundo a mulher do piloto, Sônia Dias, ele sofreu apenas arranhões, teve uma fratura no maxilar e outra no nariz. “Apesar do susto, ele está bem. Meu marido é um piloto muito experiente, instrutor da Anac”, disse.
Além de Carlos Dias, também estava a bordo da aeronave o piloto Juan Pablo Colera, 31 anos, que também sobreviveu, apesar de o avião ter ficado em chamas.
Sônia conversou por telefone com a reportagem de A Tribuna e declarou que vai se encontrar pessoalmente com o marido hoje.
Até ontem, ela só tinha conversado com Carlos por telefone. A família é do Rio de Janeiro. “Só vou me encontrar com ele amanhã (hoje), no hospital. Ainda estou muito assustada com tudo que aconteceu”, comentou Sônia.
Já o piloto Juan Pablo sofreu queimaduras de primeiro grau e, até o momento, não há atualizações sobre o seu estado de saúde. A família não quis dar entrevista.
A Anac informou que é de sua competência prestar informações sobre a aeronave e a tripulação a bordo, quando informada desses dados. Em relação ao acidente, o avião que caiu em Guarapari era do ano de 1973 e, segundo a Anac, estava em situação técnica regular.
Destacou ainda a disponibilização das informações referentes ao avião, por meio de consulta pública no seu site.
A agência destacou que as investigações de acidentes aéreos no País são realizadas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), do Comando da Aeronáutica. Em nota, o Cenipa informou que as investigações sobre as causas do acidente já foram iniciadas.
Foram feitos registros fotográficos no local do acidente e recolhidas algumas peças do bimotor modelo Piper Seneca I PA 34.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos destacou que o objetivo das investigações é prevenir que novos acidentes com características semelhantes ocorram e que a conclusão das investigações terá o menor prazo possível.
Os proprietários da aeronave, a QNE Escola de Aviação Civil, acompanharam as investigações no local.
Pilotos fizeram pouso de emergência, diz empresa
O acidente com um avião no último domingo, em Guarapari, foi ocasionado por uma pane no motor direito, seguida de um pouso de emergência, de acordo com a QNE Escola de Aviação Civil. Dois pilotos – Carlos Dias, 70 anos, e Juan Pablo Colera, 31 – estavam a bordo, em um treinamento.
A empresa informou que Juan Pablo, que estava no comando da aeronave no momento do acidente, realizou um procedimento de pouso de emergência.
“A operação de saída da aeronave não é tão fácil e, por isso, eles não conseguiriam sair pulando. E, se tivessem pulado, teriam se machucado mais. Eles saíram do avião já no solo. O avião explodiu e eles ainda tentavam sair da mata. Eles seguiram o procedimento de emergência”, explicou um representante da empresa que não quis ser identificado.
Os bombeiros explicaram que Carlos e Juan teriam pulado do avião, antes da aeronave se chocar com o chão. Segundo o ex-piloto e diretor do Aeroporto de Guarapari, Carlos Vintena, apesar das condições desfavoráveis, a manobra salvou a vida dos dois.
Para ele, é possível que os fios de alta tensão sem sinalização tenham atrapalhado o pouso. “Se ele tivesse uma área melhor, teria conseguido pousar”, avalia.
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