Capixaba se prepara para atravessar o Canal da Mancha a nado
Para nadar mais de 30 quilômetros em uma água gelada e com correnteza é preciso um grande preparo físico e psicológico. Para isso, o engenheiro mecânico Marcio Junqueira, 47 anos, treina pesado quase diariamente.
Ele vai atravessar o Canal da Mancha, entre a Inglaterra e a França, no final do mês, e será o primeiro capixaba a encarar esse desafio nada fácil.
“Em linha reta são 34 quilômetros, mas pode chegar a 50. Tem correnteza, água fria, não pode usar roupa térmica e nem encostar ou subir no barco”, explicou.
O atleta mora na Praia do Canto, em Vitória, e realiza a maioria dos treinos na Curva da Jurema, também na Capital. São mais de duas horas por dia, seis vezes na semana.
E dá pra acreditar que tudo começou depois de uma hérnia de disco? “Sempre fui atleta, mas não de natação. Quando criança e adolescente, era jogador de basquete e surfista. No final de 2007 fiz uma cirurgia da hérnia e comecei com a natação, pilates e fisioterapia”, contou o engenheiro.
Apaixonado pelo esporte, Marcio começou a nadar em diversas competições no Brasil e até na Europa. “Em janeiro de 2018 fiz a principal do País, que é do Leme ao Pontal, no Rio de Janeiro, que são 36 quilômetros”, afirmou.
“A gente fica viciado nessa adrenalina. Terminei a prova do Leme ao Pontal e fui bem. Aí conversei com algumas pessoas que já atravessaram o Canal da Mancha”, destacou Marcio.
A prova
O Canal da Mancha está localizado entre a cidade de Folkestone, na Inglaterra, e Calle, na França. Segundo o engenheiro, o desafio pode durar entre 12 e 13 horas e ele pretende começar ainda de madrugada.
O atleta embarca na sexta-feira (10) com a equipe e chega na Inglaterra no sábado (11). Todos vão cumprir 14 dias de quarentena por conta da pandemia de coronavírus e, só depois, serão autorizados a participar do desafio.
Para se proteger da doença, Marcio contou que está trabalhando de casa e só sai para treinar. Ele usa máscara durante o trajeto, que faz de bicicleta, e só a tira para entrar na água.
Antes de encarar a travessia, o desafio é controlar a ansiedade. “Fico pensando ‘será que estou preparado?’. Mas eu sei que sim, porque me planejei muito. Já fiz essa distância várias vezes, mas o psicológico pesa mais que o físico”, descreveu.
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