Tacógrafo de ônibus que capotou com corintianos estava vencido, diz instituto

Segundo o Ipem, o último certificado foi emitido em 24 de outubro de 2018, com validade até 9 de outubro de 2020

Francisco Lima Neto, da Agência Folhapress | 22/08/2023, 14:50 14:50 h | Atualizado em 22/08/2023, 14:51

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/img/inline/140000/372x236/Tacografo-de-onibus-que-capotou-com-corintianos-es0014791600202308221450/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fimg%2Finline%2F140000%2FTacografo-de-onibus-que-capotou-com-corintianos-es0014791600202308221450.jpg%3Fxid%3D608361&xid=608361 600w, O ônibus com torcedores do Corinthians capotou na madrugada de domingo na Fernão Dias, em Brumadinho (MG).

O tacógrafo do ônibus que capotou e deixou sete torcedores do Corinthians mortos na madrugada de domingo (20), em Igarapé (MG), estava vendido havia três anos, de acordo com o Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) do estado de São Paulo.

Segundo a autarquia, o último certificado foi emitido em 24 de outubro de 2018, com validade até 9 de outubro de 2020. A verificação do tacógrafo deve ser feita a cada dois anos, diz o órgão.

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O ônibus também estava irregular, pois não possuía registro nem autorização para realizar o transporte interestadual de passageiros. "Portanto a viagem é considerada irregular", afirmou a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

O veículo pertence a uma empresa com sede em Jacareí (SP). A Folha tentou contato com a empresa por meio de um telefone fixo e um celular que não completam a ligação. Um segundo número de celular direciona para a caixa postal. As mensagens de texto enviadas não foram visualizadas.

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COMO FUNCIONA O TACÓGRAFO

O cronotacógrafo, conhecido popularmente como tacógrafo, guarda informações como distância percorrida pelo veículo, velocidade e tempo de direção do motorista. O dispositivo contém um diagrama de papel ou fita que deve ser trocado a cada 24 horas ou a cada sete dias.

Segundo o Ipem, o tacógrafo é um equipamento obrigatório em todos os veículos de transporte com peso acima de 4.536 kg ou com capacidade para mais de dez passageiros. Ele é fundamental para a segurança em ruas e estradas e é considerado a "caixa preta" de ônibus, caminhões e vans escolares, afirma o instituto.

Todas as informações contidas no tacógrafo são aceitas e utilizadas legalmente em caso de acidentes ou denúncias de má condução do veículo.

Além de ser de uso obrigatório, o tacógrafo deve passar por verificação metrológica. Os ensaios metrológicos são enviados ao Ipem para que sejam feitas análises e, no caso de aprovação, é emitido o certificado de verificação, válido por dois anos em todo o território nacional.

O Ipem reforça que usuários e passageiros devem observar as condições do veículo. É preciso verificar, por exemplo, se possui o certificado de verificação do tacógrafo vigente e exigir desses prestadores de serviço a comprovação de regularidade deste instrumento.

É possível verificar a situação do equipamento neste site.

Se houver desconfiança de alguma irregularidade, denúncias podem ser feitas ao Ipem por meio do telefone 0800-0130522, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h; pelo e-mail ouvidoria@ipem.sp.gov.br; ou no site www.ipem.sp.gov.br.

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