Auxílio dá fôlego a “bolsonaristas” no Nordeste
Embora diga que não apoiará ativamente nenhum candidato nas eleições municipais, o presidente Jair Bolsonaro caminha para contar com uma rede de apoio no Nordeste, região onde ele foi menos votado em 2018.
A maioria das capitais nordestinas tem hoje pré-candidatos dispostos a empunhar as bandeiras do “bolsonarismo”, especialmente após o advento do auxílio emergencial de R$ 600. “Em algumas pesquisas, quando o candidato diz que ele é ‘do Bolsonaro’, obtém cerca de 15% de intenção de voto”, diz Bruno Soller, do Instituto Travessia.
Eita! Segundo Soller, em um cenário fragmentado, esse patamar de largada pode levar um candidato “bolsonarista” até o segundo turno, em uma polarização com a esquerda, historicamente forte no Nordeste.
Nomes. Lúcio Flávio (Avante), em Aracaju; Coronel Alberto Feitosa (PSC), no Recife; Walber Virgolino (PRTB), em João Pessoa; Cézar Leite (PRTB) ou Alexandre Aleluia (DEM), em Salvador; Coronel Hélio (PRTB), em Natal, e Capitão Wagner (PROS), em Fortaleza, são hoje os "bolsonaristas" do Nordeste.
Currículo. Ah, Wagner foi o agitador da greve dos policiais no Ceará.
De fora. Por enquanto, Bolsonaro mantém o propósito de não declarar apoios oficialmente. Entre outros fatores, teme os “caroneiros”, que podem dar dor de cabeça no futuro. O presidente também não quer ter seu nome vinculado a um fracasso eleitoral.
CLICK. Bolsonaro recebeu ontem, no Planalto, o pré-candidato à Prefeitura de João Pessoa Walber Virgolino (na foto, à esquerda), deputado estadual do Patriota.
Lá na frente. Sem partido, Bolsonaro avalia se posicionar no segundo turno, ainda mais se o embate for com a esquerda petista.
Amigos. Gilson Machado, o sanfoneiro das lives, por exemplo, é próximo do Coronel Feitosa (PSC).
Assim falou... A bola ainda está rolando no campo da opinião pública, porém. Se o auxílio emergencial ajuda candidaturas bolsonaristas, a catástrofe da Covid-19 será cobrada.
...Bolsonaro. Com o País perto da marca de 100 mil mortes, nunca é demais lembrar a frase dita pelo presidente em 20 de março: “Não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar”.
Eu vou. O ministro da Justiça, André Mendonça, vai conversar com senadores na sexta-feira sobre a história do dossiê contra funcionários públicos vistos como “antifascistas”.
Vem também. Mesmo com a exoneração de Gilson Libório de Oliveira Mendes, responsável pela área que produziu o dossiê, o PSOL protocolou requerimento para que ele dê explicações sobre o caso.
Ação. A exoneração de Mendes se deu, entre outros motivos, para que a sindicância interna aberta pela pasta possa ser realizada sem constrangimentos.
Sério? Eduardo Pazuello recebeu Emilio Gadelha, presidente da Sociedade Brasileira de Ozonioterapia. Não há comprovação científica sobre o tratamento no combate à Covid-19.
Live. Os secretários do governo de São Paulo Henrique Meirelles (Fazenda) e Júlio Serson (Relações Internacionais) participam hoje de webinar com a presidente da Council of the Americas, Susan Segal. Na pauta, oportunidades de negócio no Estado.
Pronto, falei!
"Só governos totalitários exigem alinhamento ideológico de funcionários que servem ao Estado e não ao governante da hora”.
Marcelo Ramos, deputado federal (PL-AM), sobre dossiê de “antifascistas”