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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Arquitetos trabalham por cidades mais sadias durante a pandemia

| 31/05/2020, 11:40 11:40 h | Atualizado em 31/05/2020, 11:43

A pandemia do Coronavírus despertou por todo País uma rede de solidariedade, colaboração e interlocução da sociedade civil, que se apropriou das mídias e plataformas digitais para dialogar e planejar estratégias para enfrentar um problema que atinge todos os extratos sociais, mas em maior medida, a população mais pobre, excluída em muitos aspectos, dos direitos sociais fundamentais estabelecidos na Constituição Federal de 1988.

A regulamentação do direito à saúde, educação, moradia e trabalho permanece sendo uma teoria muito distante da prática no Brasil, situação que desperta cada vez mais a consciência de muitas classes profissionais, que passaram a debater e propor soluções para problemas que se mostram ainda mais perversos neste momento de pandemia.

Não ter um abrigo adequado para se proteger de um vírus é um retrato desta perversa situação de exclusão.

De acordo com a Fundação João Pinheiro baseada nos dados das Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2015, elaboradas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 1,025 milhões de domicílios sofrem com adensamento excessivo, situação onde o número médio de pessoas é superior a 3 por dormitório; outros 213.732 mil domicílios não possuem banheiro de uso exclusivo.

Além disso, cerca de 7,50 milhões de domicílios possuem inadequação de esgotamento sanitário.

Neste cenário de precariedade do morar, as mobilizações e discussões em torno da questão da moradia são importantes instrumentos para despertar a sociedade para um problema que se espalha por todo país há mais de um século.

A pandemia descortinou ainda mais a problemática urbana em nossas cidades. Ter uma moradia adequada representa ter acesso aos serviços de infraestrutura de forma completa: água, energia e esgotamento sanitário devem vir atrelados aos discursos sobre resolver a questão habitacional. Sobre isso, os arquitetos, discutem e reivindicam há décadas.

Classe profissional engajada desde 1930 com os problemas que afligem nossas cidades, os arquitetos e urbanistas, articulados às comunidades carentes e a outras categorias profissionais, têm atuado nesta pandemia debatendo, propondo projetos, realizando ações, elaborando cartas abertas de repúdio, fazendo leilões para arrecadar dinheiro, desenvolvendo pesquisas e divulgando numa ampla rede nacional, o que pode ser feito para que possamos ter nossas cidades mais sadias e igualitárias.

Agora, mais do que nunca, a pandemia mobilizou a classe profissional dos arquitetos, carregados de história e vínculos com nossas cidades, que necessitam de intervenções que promovam a igualdade de direitos.

Os debates, as propostas e as ações articuladas nas plataformas digitais precisam se materializar nos territórios pós-pandemia. Para isso, é preciso que outros atores, sociais e políticos se engajem nesta luta, que os arquitetos já começaram há quase cem anos, quando fundaram o Instituto dos Arquitetos do Brasil.

ANDREIA FERNANDES MUNIZ é arquiteta, urbanista, doutoranda em Geografia pela Ufes e professora universitária.

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