Aras diz ter respeitado autonomia de subalterno
A um interlocutor, Augusto Aras disse não haver espaço para interferência no Ministério Público e que a prerrogativa de autonomia funcional é “sagrada”. Foi assim, segundo ele, no caso do inquérito dos atos antidemocráticos, cujo arquivamento foi proposto pelo vice-procurador-geral Humberto Jacques de Medeiros.
A conta, porém, acabou indo para Aras. De acordo com o procurador-geral, só quando há abusos a autonomia pode ser quebrada. Aras também afirmou não ter havido arranhão na relação dele com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo.
Matemática. Nessa toada, estatísticas da atuação da Procuradoria-Geral da República em várias frentes serão apresentadas a Augusto Aras nos próximos dias.
Não tá comigo. Empenhado em ser percebido como um gestor, o procurador-geral quer mostrar também que não concentra poder e que delega a condução de grandes temas aos subprocuradores.
Um por todos... Se para alguns parlamentares o arquivamento foi um alívio, para outros, representou uma perda de munição contra o governo de Jair Bolsonaro: Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pediu a Moraes a substituição de Aras.
...todos por um. A proposta deixou as associações das carreiras do Ministério Público em alerta. Pela primeira vez, todas as associações (ANPR, ANPT, Conamp e AMPDFT) e conselhos de procuradores emitiram nota de apoio a Aras.
Bumerangue. Sabem que mexer nas atribuições do procurador-geral poderia representar um efeito cascata. A investida do senador Randolfe serviu para uma oportunidade de reaproximar Aras da base do MP.
CLICK. O governador Cláudio Castro (PL-RJ) participou, no Copacabana Palace, de evento organizado por Karim Miskulin (Grupo Voto) sobre a retomada do turismo.
É verdade... A SPTuris foi contratada pela Secretaria de Esportes e Lazer da Prefeitura de São Paulo para ajudar na motociata de Jair Bolsonaro na capital paulista, aquela que os apoiadores do Presidente disseram que iria entrar como recorde no Guinness Book.
...esse “Guineis Buk”. Tudo não passava de mais uma fake news, como mostrou o Estadão Verifica. Menos para os cofres públicos: a conta de R$ 75 mil que a secretaria pagou pela motociata era bem verdadeira.
Ghosting I. Nenhuma das reuniões do presidente Jair Bolsonaro a respeito de Covid-19, durante a crise do oxigênio em Manaus, foi registrada por ata. É o que demonstra ofício da Casa Civil enviado à CPI da Covid.
Ghosting II. O documento foi em resposta a requerimento do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), solicitando mais detalhes sobre cinco reuniões, de 5 a 15 de janeiro, citadas em depoimento de Eduardo Pazuello como relevantes para a definição de uma estratégia de enfrentamento da crise em Manaus.
Vaca amarela. Nem mesmo a reunião de ministros, em que Bolsonaro teria decidido não intervir em Manaus, foi registrada em ata.
Cadê Terra? Nem com Osmar Terra, em 13 de janeiro. Dias antes, o deputado havia citado Manaus como exemplo da “tese” da imunidade de rebanho.
Pronto, falei!
"Bolsonaro apoiou Russomanno, perdeu. Apoiou Binyamin Netanyahu, perdeu. Favor não torcer pelo Botafogo. Meu time não aguenta sofrer mais, ok?"
Fábio Trad, deputado federal (PSD-MS)