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Doutor João Responde

Doutor João Responde

Colunista

Dr. João Evangelista

Anatomia da mente

| 03/11/2020, 10:06 10:06 h | Atualizado em 03/11/2020, 10:18

Solidão é o alimento do pensamento. Escrever é um ato solitário. Tendo a solitude como anfitriã, clamo pela presença dos pensamentos. São eles que me fornecem a coragem de me enfrentar.

Quando a mente está pensando, ela está falando consigo mesma. Diante do computador, peço licença para escutar minha mente. Pode parecer algo simples, mas é difícil pensar sobre o pensamento que ela guarda em si, afinal a mente é uma abstração, ou seja, ela está em toda e em nenhuma parte.

A mente é “algo” ou é aquilo que “algo”, digo, o cérebro faz? “Consciência” e “mente” costumam ser empregadas como sinônimos, embora a palavra “consciência” pode se referir também ao estado de vigília, estar ciente de algo.

Autoconsciência envolve também os “estados mentais” de dor e percepção, como visão e audição, até crenças, desejos e linguagem.

A relação entre mente e corpo vigora porque essas duas entidades aparentam ser coisas completamente distintas. Enquanto o sistema nervoso tem propriedades físicas, como massa e volume, e está sujeito às leis da física, a mente não apresenta essas faculdades. Imaginar eventos futuros não pesa. Crença não enferruja.

Estudiosos sustentam que a mente está ligada apenas aos processos cerebrais, afirmando que ela é somente um problema linguístico, e nem sequer existe. Eles focalizam nas funções que o sistema nervoso executa, ou seja, a mente é o que o cérebro faz.

Caso um objeto tenha certas características físicas, para o dualista existe alguma coisa nele que possui outros atributos não compartilhados com a matéria física, como não sofrer a passagem do tempo, por exemplo.

Esse é o motivo pelo qual crenças sobrenaturais pressupõem algum tipo de dualismo. Para que um “fantasma” exista, ele precisa ter propriedades diferentes das que conhecemos no mundo físico, e não se submeter às mesmas leis.

Diante de um filme triste, ficamos tristes, mesmo sabendo que os personagens não existem. Se a mente e o cérebro são tão distintos, como conseguem afetar um ao outro?

Não há uma explicação lógica, mas a ideia geral é que o sistema nervoso transforma atividade dos neurônios em representações abstratas, como crenças, desejos e pensamentos.

Acumulam-se as evidências de que a dinâmica do cérebro gera a mente, especialmente com o advento da ressonância magnética funcional.

Este exame permite a visualização da atividade cerebral em tempo real, e seu uso tem trazido resultados promissores, mesmo para aspectos da consciência antes considerados intransponíveis.

Não existem dúvidas de que o pensamento é produzido pela atividade do sistema nervoso, e que o cérebro influencia a mente e vice-versa. Ainda não sabemos o que a consciência é, mas há informação suficiente para saber o que ela provavelmente não é.

Após esta breve divagação, meus pensamentos voam para longe da mente, seguidos pelas minhas palavras que correm atrás deles, a pé. Eis o drama de quem escreve.

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