Alívio da dor oncológica
De todos os sintomas que o paciente com câncer apresenta, a dor é sempre o mais temido. O sofrimento dessas pessoas é resultado da interação da percepção dolorosa associada à incapacidade física, ao isolamento social e familiar, às preocupações financeiras e ao medo da mutilação e da morte.
Essa desgastante manifestação está relacionada com o significativo aumento dos níveis de depressão, ansiedade, hostilidade e somatização. Pacientes com dor gerada pelo câncer apresentam mais distúrbios emocionais do que aqueles sem dor, embora estes respondam menos ao tratamento e morram mais cedo.
O câncer ainda é uma doença preconceituosa, e o medo está relacionado à presença da dor, aos mitos e receios sobre as drogas utilizadas para tratá-lo.
A terapêutica desse tipo de enfermidade traz repercussões físicas, sociais e emocionais, muitas vezes mutilante, resultando em incapacidade, sofrimento e medo da morte.
O sofrimento psíquico pode determinar um importante papel na qualidade de vida do paciente. Ignorar esse tipo de dor emocional é tão perigoso quanto ignorar a dor somática.
Metade dos indivíduos com neoplasia maligna apresenta dor em alguma fase de sua doença. Essa experiência sensorial e emocional desagradável é descrita em termos de lesões teciduais, reais ou potenciais.
A dor é sempre subjetiva, e cada pessoa aprende a utilizar este termo a partir de suas experiências traumáticas.
A terapia do câncer consiste inicialmente em intervenções cirúrgicas, radioterapia, quimioterapia e terapia hormonal, isoladas ou combinadas.
Os objetivos principais para debelar a dor no câncer são os suportes medicamentosos, físicos, psicológicos, sociais e espirituais, visando melhorar a qualidade de vida do paciente.
Quando não aliviadas, as dores provocadas pela quimioterapia, pela radioterapia ou pela retirada do tumor geram ansiedade e estresse para o paciente e também aos seus cuidadores.
A dor oncológica prejudica as funções cognitivas, o sono e a vida social do paciente.
Manter o bom humor é muito importante para o canceroso seguir seu tratamento, mais confiante.
Mesmo quando está se dedicando integralmente à terapêutica, o paciente com câncer deve investir em sua saúde emocional.
Realizar atividades leves, assistir a comédias, receber visitas de amigos e fazer alguns passeios auxiliam na sensação de bem-estar. O enfermo não deve passar muito tempo sozinho, pensando na doença.
O controle da dor contribui para uma grande melhora da qualidade de vida e, consequentemente, para a sobrevida das pessoas com câncer.
Muitos pacientes permanecem sofrendo porque têm medo de tomar morfina e se tornarem viciados. Com isso, eles acreditam que esse analgésico deve ser usado somente nos casos em que não há mais solução. Isso é completamente errado. Utiliza-se uma droga forte quando a dor é forte.
Combater o sofrimento é uma forma de se fortalecer. Enquanto o medicamento administra a dor, o corpo luta contra a doença.