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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Afinal, o que é mesmo uma cidade inteligente?

| 22/06/2020, 07:23 07:23 h | Atualizado em 22/06/2020, 07:26

O estudo de cidades interessa pelo simples fato de sermos uma espécie gregária e cada vez mais urbana. Em verdade, o que nos interessa é que uma cidade funcione bem. Agora é um momento único para grandes mudanças, um momento para as prefeituras repensarem seu futuro e ressignificarem alguns conceitos.

O conhecimento tecnológico mudou a forma de viver. A crescente complexidade das demandas nas metrópoles exige novas soluções e desafia os estudiosos de ciências e tecnologia. Um novo urbanismo está em gestação.

A relação entre tecnologias e o espaço urbano ganha várias nomenclaturas de acordo com seus autores. Hoje, prevalece a ideia de “cidades inteligentes”, uma abstração cada vez mais difundida, contudo, sem a devida descrição do que exatamente a traduz.

Sabemos apenas que o termo surgiu no âmago da problemática da sustentabilidade, uma proposta de solução através de um modelo urbanístico. “Cidades inteligentes” seriam apenas aquelas que conseguem adotar aleatoriamente o conjunto de novos aplicativos voltados a serviços urbanos que estão presentes no nosso dia a dia?

Acho que não, pois necessidades mais básicas do que se imagina, tais como moradia adequada, saneamento básico e meios de transportes eficientes também podem ser viabilizados sem o uso de fibra ótica, aplicativos ou centrais de comando.

Identifica-se de pronto que existe uma imprecisão conceitual sobre o que constitui o “inteligente” na cidade, talvez fruto de imperfeições que a concepção de inteligência apresenta em nossa linguagem comum. Daí, podem-se justificar algumas especulações a respeito do tema.

Existe a crença em que todas as cidades deviam se tornar inteligentes. Acreditam que empregando sensores, câmeras e medidores os problemas serão magicamente resolvidos, sem altos investimentos.

No Brasil, essas iniciativas são neófitas e relativamente pontuais. O termo é empregado para nomear projetos de utilização de ferramentas digitais, sem esclarecer quais aspectos do meio urbano estão sendo melhorados.

É evidente que a frágil base dos silogismos sobre cidades inteligentes resulta de um grave equívoco analítico que deixa de considerar a complexidade dos processos e conflitos sociais reproduzidos em suas regiões.

Considerando que as explicações definidoras de “cidade inteligente” são ainda frescas, elas demandam estudos e prognósticos de longo prazo para serem entendidas e convalidadas. Existe a real necessidade de uma visão crítica sobre o que esse conceito significa efetivamente no cenário brasileiro.

A evolução para uma cidade mais inteligente, mais integrada e mais inovadora vai além dos investimentos em inovações tecnológicas. Faz-se necessário inovar na gestão, no planejamento, no modo de governança e no desenvolvimento de políticas públicas.

Destacamos, afinal, que a simples utilização de tecnologia de ponta e a obsessão pela inovação não são suficientes para tornar os ambientes e indivíduos mais inteligentes. O ideal é que uma “cidade inteligente” possibilite o acesso de cada cidadão a todos os serviços, públicos ou privados, de maneira apropriada.

Fernando Repinaldo é especialista em Administração Pública, Gestão de Projetos e Engenharia de Tráfego.

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