Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Carlos Nejar

Carlos Nejar

Colunista

Carlos Nejar

A Suécia e o Brasil

| 18/10/2020, 08:58 08:58 h | Atualizado em 18/10/2020, 08:59

Imagem ilustrativa da imagem A Suécia e o Brasil
Carlos Nejar |  Foto: Divulgação

Observamos que o músico Bob Dylan recebeu, no ano de 2018, o Nobel de Literatura, com reação polêmica no mundo e não precisou ser indicado; depois um escritor japonês, Kazuo Ishiguro, que vive na Inglaterra, que também não foi indicado, já que recebeu surpreso, o Prêmio.

Outros japoneses e chineses, editados em língua inglesa. Este ano, uma americana , Louise Glück, de inegável qualidade.

Portugal, quando teve Saramago como vencedor, fez algo incrível: o Presidente da República lusitana convidou os jurados do Nobel a visitar Lisboa e os levou ao Mosteiro de Mafra, assunto de “Memorial do Convento”, de José Saramago.

Logo a seguir, seu nome foi reconhecido. E é dele esta frase: “Creio que tive sorte, porque as pessoas me descobriram, quando já havia feito algo que valia a pena”.

E o Brasil não é visto nunca. Nem conhecem na Suécia a nossa literatura, ainda que a Rainha Sílvia seja brasileira.

Guimarães Rosa, com “Grande sertão: Veredas”, entre os melhores do mundo, ou Carlos Drummond, ou João Cabral, ou Clarice Lispector (depois de morta, reconhecida), ou Jorge de Lima, ou Jorge Amado, nenhum deles foi lembrado.

É verdade que devemos reconhecer o limite da língua e de como integramos um outro universo, talvez Marte, Vênus.

Jorge Luiz Borges, um dos maiores escritores da Literatura Latina-Americana , por sinal, morreu sem ser lembrado e dizia que os jurados de Estocolmo eram provincianos.

Não acompanho este ponto de vista, acho que não conhecem mesmo o que criamos, salvo se sair algum filme, ou houver alguma causa de política internacional e tudo terá de ser em inglês, ou alemão, talvez menos em francês. Numa Europa, com exceções, hoje, literariamente decadente.

O Brasil apenas serviu para comprar, há muitos anos, aviões da Suécia. Não importa. Somos mais do que um País, somos um Continente. A terra que gerou um Machado de Assis, considerado por Harold Blum, entre os grandes gênios, não poderá eternamente ser posta de lado, que tem uma literatura inovadora, que nada deve a nenhum lugar do mundo.

SUGERIMOS PARA VOCÊ: