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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

A saúde mental, a pandemia da Covid-19 e a psicofobia

| 11/05/2021, 08:51 08:51 h | Atualizado em 11/05/2021, 08:53

Não é exagero prever que a nova pandemia será provocada pelos transtornos mentais. O mundo já está vivendo o colapso da saúde mental, que há tempos vinha se delineando e acentuou-se com a pandemia da Covid-19.

Estamos, há mais de um ano, convivendo com esse estressor crônico, que fez muitos transtornos surgirem e tantos outros se agravarem.

O grande fator de risco para os transtornos mentais, em especial os ansiosos, é a presença de um estressor crônico. E a pandemia do coronavírus faz esse papel, uma vez que desencadeia uma série de problemas, em diversas áreas da vida, potencializando as incertezas e as preocupações dos indivíduos.

As pessoas estão com medo de morrer e medo de que algum familiar ou amigo morra. O confinamento se tornou um desafio para a convivência em família, ao mesmo tempo que prejudicou o convívio em sociedade.
Muitos empregos e inúmeros empreendimentos ficaram comprometidos, resultando em complicações financeiras. Quando você junta um estressor sanitário, um estressor social e um estressor econômico, forma-se o cenário perfeito para o adoecimento.

Depressão, ansiedade generalizada, síndrome do pânico... São diversas as formas de adoecimento mental. É preciso estar atento a elas, para pedir ajuda.

É necessário que as pessoas tenham sensibilidade para se autoavaliar e observar quem está próximo e que pode estar passando, em silêncio, por um processo de adoecimento mental.

Na situação que vivemos, apresentar sintomas de ansiedade e depressão, por exemplo, não é incomum.

Preocupação grande com saúde, trabalho e renda, associada, muitas vezes, a sintomas físicos como palpitação, dor de cabeça, dificuldade para dormir e irritação, indica quadro de ansiedade. Tristeza, desânimo e falta de prazer em atividades que antes eram prazerosas podem sugerir instalação de quadro depressivo.

O que vai diferenciar o normal e o adoecimento é a permanência dos sintomas. Para caracterizarmos como desenvolvimento de um transtorno, eles precisam estar presentes durante semanas e em grande período dos dias.

Ter a sensibilidade de perceber a instalação de um quadro como esses e buscar ajuda especializada depende, entretanto, da superação do preconceito, arraigado na sociedade.

Sim! Apesar de crescer, a cada dia, o número de pacientes com transtornos mentais, ainda precisamos combater a psicofobia.

Mesmo nos dias atuais, acham estranho, quando alguém fala que vai ao psiquiatra. Qual é o resultado disso? Muitas pessoas que precisam de tratamento não assumem essa condição e deixam de procurar orientação, com receio da interpretação alheia.

Os transtornos mentais precisam ser enxergados como qualquer outra doença que deve ser monitorada, controlada, tratada. Não são sinais de fraqueza ou frescura. Ignorar isso impede que os pacientes encontrem uma mão estendida e sintam-se acolhidos. A existência de uma rede de apoio e a orientação especializada podem salvar vidas.

JAIRO NAVARRO é médico psiquiatra.

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