A quem interessa o “caos eleitoral” no País?

Ganhou corpo no Congresso a percepção de que o Centrão sonha ver o País mergulhado no caos eleitoral para, assim, forçar a prorrogação dos mandatos dos atuais prefeitos. Por isso, o bloco insistiu na realização do pleito na data consagrada em lei, contra a vontade do Senado e do TSE.

Segundo autoridades sanitárias, é pouco provável a ocorrência de um robusto arrefecimento da pandemia até o primeiro domingo de outubro, o que comprometeria a campanha e forçaria seu cancelamento. A “descoberta” do estratagema acuou líderes do Centrão.

Sem riscos. Defensores no Congresso do adiamento das eleições municipais acreditam que, se o Centrão conseguir mesmo barrar a mudança de datas, o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, deve tomar alguma medida para garantir a realização do pleito em novembro ou dezembro.

Sem fronteiras. O Direitos Já prepara novo ato virtual em defesa da democracia e do meio ambiente dia 15 de setembro. A meta é internacionalizar o movimento, com a participação de “estrelas” estrangeiras.

Pedágio. O ato suprapartidário da última sexta-feira foi considerado “sucesso”. Porém, causou mal-estar (principalmente entre tucanos e democratas de centro-direita) a fala de Fernando Haddad defendendo a inocência de Lula. Todos entenderam como um agrado desnecessário do ex-prefeito ao seu chefe.

Na veia. A bancada do PSB na Câmara apresentou requerimentos de informação sobre a “fuga” de Abraham Weintraub. Querem saber se ele foi em missão oficial, qual passaporte usou, se foi em avião da FAB e se solicitou ao Planalto autorização para a viagem aos Estados Unidos.

Click.A primeira dedicatória do recém-lançado livro de Tabata Amaral (PDT-SP) sobre sua trajetória da periferia à Câmara foi para a mãe: “Fonte de inspiração”.

Futuro. Já estava precificado entre analistas e pesquiseiros, conforme adiantou a coluna, que a prisão de Fabrício Queiroz não provocaria grandes alterações na popularidade de Jair Bolsonaro. O desgaste desse caso vem de longe e ele só deve provocar abalos se surgirem revelações.

Quem arrisca? O bolão de apostas está aberto no Congresso: até quando Jair Bolsonaro sustentará o personagem do “santinho”?

Filme... Não está nada fácil a vida do segmento cultural no Brasil da pandemia: 42% dos que de alguma forma tiram seu sustento no setor tiveram receita afetada na totalidade. Desses, 57% são organizações e 35%, pessoas físicas.

...de terror. Dentre os que viram sua renda despencar durante a crise, os que trabalham com música foram os mais afetados (24%), seguido do pessoal de teatro (9%), da dança (4%) e dos realizadores de feiras e festivais (3%).

Quem... Os números estão na pesquisa “Percepção dos Impactos da Covid-19 nos Setores Culturais e Criativos do Brasil”, parceria entre Unesco, FFLCH-USP, e secretarias e fundações de 11 estados.

...faz. A pesquisa foi lançada online no dia 10 e os números ainda são preliminares: vai até 16 de julho.

Pronto, falei!

"A construção de uma frente ampla pela democracia não é uma tarefa dos partidos políticos para a sociedade, é dos partidos com a sociedade”, Fernando Guimarães, sociólogo e coordenador do Direitos Já, sobre  a frente ampla pela democracia.