A pedra cantada
Um ano depois de deixar o Vasco triste e inconformado por não ter seu projeto de um time mais forte aprovado pela diretoria, Vanderlei Luxemburgo está de volta ao Vasco. E num plano emergencial para tentar salvar o clube de mais uma queda nos últimos 12 jogos do Brasileirão.
A “operação retorno” já tem a assinatura da gestão do presidente Jorge Salgado, que só tomará posse oficialmente no próximo dia 20. E, atende o desejo dos vascaínos que nunca aceitaram muito bem a saída dele no dia 8 de dezembro do 2019.
Mas o curioso (e isso é bom que se diga), é que Luxemburgo só deixou São Januário porque não teve as garantias de que o elenco seria reforçado com ao menos quatro jogadores de bom nível: lateral, volante, meia e centroavante.
Todos numa faixa salarial mais elevada (em torno dos R$ 400 mil/mensais) que exigiria um incremento no orçamento.
Estopim
Tal pedido acabou sendo o estopim para o rompimento do presidente Alexandre Campello com o seu vice de Controladoria. Adriano Mendes não apenas era contra o incremento, como defendia a redução do orçamento de 2019.
Vanderlei foi embora, e o executivo do BNDS, sentindo-se magoado, deixou a administração alegando “divergências” ideológicas” ao saber que Campello acertara a chegada do argentino German Cano.
O que queria Vanderlei? Impedir que o Vasco voltasse a viver a situação que hoje encara, com um time limitado, cheio de dificuldades para manter o clube de pé na Série A. O curioso é que o mesmo Adriano que vetou o projeto do técnico será, em semanas, quem estará de volta ao controle orçamentário do clube.
Que desta vez, então, os homens das planilhas sejam mais flexíveis aos do futebol. E entendam que não é “mediocrizando” o elenco que se paga o endividamento de décadas. Um rebaixamento à Série B custa muito mais caro do que o milhão e meio a mais no orçamento do clube. Ninguém nunca disse que é fácil. Só que é preciso conhecimento e competência para conduzir a missão.