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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

A pandemia da Covid e a utopia do filme “Independence Day”

| 17/01/2021, 09:32 09:32 h | Atualizado em 17/01/2021, 09:40

Quando eu tinha 16 anos, um filme me marcou de maneira muito específica, onde o mundo se unia para combater uma ameaça extraterrena, a produção era o Independence Day.

Ao contrário da maioria, que se apegava ao contexto emocionante da ficção científica, uma mensagem passada pelo filme deu origem a um pensamento que, independentemente de já ter sido anteriormente tornado uma máxima ou não, nasceu em mim naquele instante, qual seja, que a única forma de unir vários personagens com origens, culturas e costumes diversos e, muitas vezes, conflitantes, seria um inimigo em comum.

Imagem ilustrativa da imagem A pandemia da Covid e a utopia do filme “Independence Day”
Thommaselington Guyansque |  Foto: Divulgação

Durante anos, carreguei esse pensamento quase como um dogma, usando-o para explicar ou justificar outros cenários da vida real ou até mesmo apresentando como uma solução prática para eventuais situações cotidianas, inclusive em âmbito profissional.

Porém, assim como usos, costumes e rotinas foram afetados pela pandemia mundial, minha crença se mostrou frágil diante desta inimiga fatal.

Ignorando as divergências globais, sendo um pouco mais cirúrgico geograficamente, percebemos que a inimiga em comum que deveria unir raças, credos, religiões, culturas etc., potencializou as divergências, mesmo causando baixas em ambos os lados das trincheiras políticas partidárias e/ou religiosas.

A Covid-19 não discrimina religião, não discrimina raça, não discrimina ideologias e, mesmo assim, a união que um dia achei que fosse inevitável se desvanece diante de achismos, alienações, falsas notícias que fazem com que as verdadeiras pareçam também falsas.

Tudo é politizado. O que é científico é relativo a depender do parecer que agrada ou não a uma vertente ideológica.

Recentemente li uma postagem da médica infectologista Carolina Salume, onde transcreveu um texto do, também médico, Marcos Daniel, que expressa muito bem a alienação dos pseudoespecialistas frente ao que é desconhecido e, notoriamente, perigoso.

Tomo a liberdade de citar um pequeno trecho: “Não são os pastores, padres, pais de santo, benzedeiras, bispos e outras autoridades ditas religiosas que sabem ou saberão. Não são médicos populistas, populares, trogloditas da ciência que saberão. Não será a Organização Mundial da Saúde, o Ministério da Saúde, o ministro Pazuello, o presidente, o ex-presidente, o governador, os aprovadores de vacinas, os compradores de seringas que saberão (...)”.

Esse pequeno e expressivo trecho mostra no quanto estamos divididos, iludidos e sedentos para sermos donos da verdade, brinquedinho este cobiçado pelos imaturos que não o buscam semear, cultivar, propagar e outros adjetivos cabíveis para a analogia.

Os esforços em conjunto infelizmente não ultrapassam a barreira do idealismo político, visto isso, ao que parece, o mundo está mesmo condenado e só podemos contar com um ser extraterreno para salvá-lo, esperando que não seja ele um inimigo em comum.

Thommaselington Guyansque é advogado.

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