A metamorfose vascaína...
A imagem do vice de futebol José Luís Moreira saltitando com os jogadores no vestiário do Vasco após os 2 a 1 sobre o Goiás é emblemática. A cena, narrada por um dos presentes, mostra bem mais do que a boa atuação que valeu a classificação à quarta fase da Copa do Brasil. Não era só a alegria pelo resultado obtido no campo, mas reciprocidade ao voto de confiança dado pelos jogadores em seu retorno ao clube.
Ex-colaborador da gestão do falecido Eurico Miranda, Moreira reassumiu o comando em abril, com seis meses de salários em atraso, e agora começa a virar o jogo.
Português, daqueles que lutam pela manutenção das raízes do clube, emprestou credibilidade e reorganizou a pasta. Criou ambiente mais propício ao profissionalismo e retomou o nível conseguido com Vanderlei Luxemburgo no ano passado.
Estrutura
A começar pela estrutura que sustenta o trabalho. Os bons resultados de Ramon na montagem do novo time passam pela chegada do dirigente.
Ouviu as principais lideranças, identificou as carências e comunicou a chegada de Antônio Lopes para liderar questões disciplinares. Na parte de gestão, em si, reviu contratos, rediscutiu funções e desenhou um plano de ação.
Ramon Menezes
Nos últimos cinco meses, o Vasco passou a ter comando no departamento de futebol, empatia com os jogadores e um ambiente melhor. O jovem treinador tem suporte para novas ideias, mescla jovens da base com a experiência dos mais rodados e, com salários em dia, amadurece.
Taticamente, o time é um conjunto organizado num suposto 3-4-3, onde o lateral Pikachu se mistura aos meias Andrey, Bastos e Benítez no meio.
Henrique faz o papel de terceiro zagueiro pela esquerda e os jovens Vinícius e Talles Magno assumem as pontas, ajudando na recomposição.
A posse de bola ainda não gera a intensidade ideal, mas percebe-se que a ideia de jogo é ofensiva, com preocupação estética. E, sobretudo, forjada com o DNA do clube, alicerçada por Fernando Miguel, Castan, Benítez e Cano.
O elenco já dispõe de boas opções e é possível que o Vasco evolua na medida que os recém-contratados Carlinhos, Parede e Neto Borges adquiram ritmo. O viés de alta pode ser o caminho para a consolidação de um time mais confiável, ponto de partida para a formação de grandes equipes. Vejamos como se sairá neste confronto com o Fluminense, outro que evolui dentro do conceito competitivo trabalhado por Odair Hellmann.