Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Tribuna Livre

Tribuna Livre

Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

A dura realidade da insônia provocada pela pandemia

| 13/04/2021, 10:37 10:37 h | Atualizado em 13/04/2021, 10:39

Entrando no segundo ano da pandemia, um assunto recorrente é a insônia. Com a ansiedade e o estresse que todos estão vivendo, esta síndrome segue em alta. De acordo com um estudo feito pela Universidade de Southampton, no Reino Unido, em agosto de 2020, o número de pessoas que têm insônia aumentou de uma em seis pessoas, para uma em cada quatro.

Já na China, as taxas de insônia aumentaram de 14,6% para 20% no isolamento social; na Grécia, quase 40% dos entrevistados disseram estar com insônia em maio e por aí vai. A palavra “insônia” foi a mais pesquisada no Google em 2020 do que em outros anos.

Fato é que precisamos tomar conta da nossa saúde, e ter insônia não contribui para isso. A síndrome problematiza diversas doenças em longo prazo, como diabetes, obesidade e depressão.

Dormir menos de 7 horas por dia afeta o humor, o trabalho e, na pandemia, tudo é mais intenso.

O prolongamento da pandemia, a saudade da família, dos amigos, do ambiente de trabalho, abalaram a rotina e isto traz consequências alarmantes para o sono, pois o nosso cérebro era acostumado com uma rotina. Ele reconhecia o momento do trabalho, da concentração, do lazer. Agora, muitas pessoas estão em casa e trabalham em quartos, que para nós, médicos, era uma coisa impensável e nunca sugerida, porém que não podemos exigir, sabendo da dura realidade dos brasileiros.

Assim, o sono é afetado por diversos fatores que não são favoráveis. A falta de motivação, a incerteza e a demora na vacina geram uma ansiedade que em algumas pessoas afeta a saúde mental.

Percebo no consultório muitos pacientes com insônia ocasionada por estresse e ansiedade, por perderem empregos, por não saberem como a situação melhorará, é um momento muito difícil, e que precisa de atenção.

O problema pode começar simples, porém tornar-se crônico, afinal, os hospitais estão exclusivamente atendendo casos de Covid-19 e a população fica sem um atendimento básico.

Para tentar contornar a situação e amenizá-la, dou dicas básicas para que as pessoas não necessitem de medicamentos, como não consumir bebidas alcoólicas, nem fumar antes de dormir; evitar o uso de celular; de tevê, tentar relaxar antes de ir para a cama, consumir alimentos leves, tudo ajuda no combate à insônia.
Outra classe que sofre com a insônia e que já relatamos em pesquisa divulgada no ano passado são os profissionais de saúde, com 41% afetados. (Pesquisa da Associação Brasileira do Sono – Absono em maio/junho 2020).

Esses profissionais já estavam abalados no ano passado, este ano estão chegando ao esgotamento, que pode ser causado pela insônia. Teremos fé que esta situação passe logo e que todos continuem se cuidando, para que possamos estar e ficar saudáveis, e retornar ao nosso novo normal.

JESSICA POLESE é médica especialista em Medicina do Sono e presidente da Associação Brasileira do Sono Regional/ES.

SUGERIMOS PARA VOCÊ: