Porque Richarlison é a cara do Brasil. Espontâneo, talvez até ingênuo, mas guerreiro e campeão.
A Copa América é do Richarlison. Com um carisma do tamanho do mundo que ele começa a conquistar, aos 22 anos, depois de sair de Nova Venécia aos 15 para tentar ser jogador profissional. Hoje, rico e campeão, mantém a simplicidade que torço que perdure para sempre. É com gente como ele que o torcedor se identifica.
Mas a Copa América é também do Everton Cebolinha. O atacante gremista de 23 anos que mostrou que é válido olhar também para o futebol jogado aqui no Brasil. Ele teve a tarefa de ocupar o setor esquerdo do
Everton entrou bem nas duas primeiras rodadas, ganhou a posição e só foi mal contra a Argentina. Precisa ser testado contra as seleções europeias, mas já ganhou seu espaço na Seleção. Para mim, foi o melhor jogador da Copa América.
A Copa América também é do Gabriel Jesus. Que, aos 22 anos, superou a péssima campanha da última Copa do Mundo, em que não fez um gol sequer. Agora fez dois, deu assistências e foi decisivo no clássico contra a Argentina. Mas a Copa América também é do Marquinhos, um “veterano” aos 25 anos de idade, assim como do Alisson, apenas um ano mais velho.
E é com eles que a Seleção tem que montar a sua base rumo à Copa de 2022. Alisson, Marquinhos, Casemiro, Arthur, Richarlison, Everton, Gabriel Jesus... é essa a geração do hexa.
A Copa América também é do Daniel Alves. O lateral-direito de 36 anos que se reinventa na posição. Cada vez mais um armador, ficou à vontade no papel de capitão. Fez um partidaço contra a Argentina, a melhor dele nos últimos anos (por clubes e pela Seleção). Foi bem na final. Mas também teve momentos fracos, como contra o Paraguai.
Recordista mundial de títulos (são 40), Daniel Alves, que terá 39 anos na próxima Copa do Mundo, ainda é a melhor opção para a lateral direita da Seleção. Preocupante...
Convocações confusas, insistência com veteranos, pouca chance para quem joga (bem) no Brasil. O título da Copa América era necessidade, até para não perder o cargo. Agora, campeão, espero ver mais ousadia nas convocações futuras do Tite. Chega de Miranda, Filipe Luís, Fernandinho, Willian... Precisamos achar novos zagueiros, laterais e meio-campistas. A fila anda, Tite!